O Ministério da Educação (MEC) publicou
nesta sexta-feira, 26, um decreto que amplia os casos em que é
autorizada a oferta de aulas a distância para alunos dos anos finais do
ensino fundamental (do 6º ao 9º ano). A modalidade poderá ser adotada
quando os estudantes estiverem “sem acesso às disciplinas obrigatórias
do currículo escolar”.
O ensino a distância para o ensino básico
(do 1º ano do fundamental ao 3º do médio) já era liberado em “situações
emergenciais” em que o estudante está impedido de acompanhar as aulas
presencialmente, como motivos de saúde, os que se encontram no exterior
ou privados de liberdade. Com o decreto, o MEC passou a liberar também a
modalidade para os casos em que as disciplinas obrigatórias não
estiverem sendo ofertadas para os alunos dos anos finais do fundamental.
O decreto também alterou as regras para o
ensino a distância no ensino médio e superior. As mudanças, segundo o
MEC, atendem à reforma do ensino médio – o texto sancionado pelo
presidente Michel Temer (PMDB), em fevereiro, já abria a possibilidade
para que algumas disciplinas fossem ofertadas nessa modalidade.
Os critérios de como será a oferta das
disciplinas a distância ainda não foram definidos. Segundo o ministério,
eles serão estabelecidos em conjunto com os sistemas de ensino, o
Conselho Nacional de Educação (CNE) e Secretarias Estaduais de Educação.
Polos de EaD
Para o ensino superior, as mudanças vão
permitir agora que as instituições possam criar cursos e polos de ensino
a distância (EaD) sem exigir o credenciamento prévio para a oferta
presencial. Elas também poderão ofertar exclusivamente os cursos a
distância, sem que haja a oferta simultânea presencial.
Dessa forma, as instituições vão apenas
comunicar o MEC sobre a criação dos polos e deverão respeitar os limites
quantitativos, que serão definidos com base nos indicadores de
qualidade de cada uma.
Janguiê Diniz, presidente da Associação
Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), diz que as
mudanças vão agilizar a oferta de vagas e cursos.
“A avaliação dos polos era lenta, custosa
e burocrática. A mudança vai facilitar a abertura, e a qualidade será
garantida porque as instituições terão a limitação de acordo com seu
indicador”, disse Diniz, durante o Congresso Brasileiro de Educação
Superior Particular (CBESP), em Gramado, no Rio Grande do Sul.
Segundo o ministério, as mudanças fazem
parte de uma estratégia para ampliar a oferta de vagas no ensino
superior no País para atingir a meta do Plano Nacional de Educação (PNE)
que prevê elevar até 2024 a taxa de matrícula para 33% da população de
18 a 24 anos – em 2015, ela era de 18,1%.
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