Com a inadimplência do Fies em alta, o
governo do presidente Michel Temer anunciará um novo modelo do programa
para o ano que vem com regras mais duras para quem precisa de empréstimo
para pagar a faculdade.
Estudantes pobres, que são o foco do
programa, vão encontrar mais dificuldade na hora de quitar o
financiamento. Será necessário autorizar, no momento do contrato, o
desconto obrigatório de até 30% dos futuros salários para devolver o
empréstimo.
Se a regra atual dá um ano e meio após a
formatura para o início do pagamento, no novo modelo a devolução do
empréstimo, atrelada ao salário, começará mais cedo.
Caso a pessoa não consiga um emprego, o
governo terá de definir um prazo para acionar as garantias (fiador e
fundo garantidor). Esse limite deverá ser de apenas alguns meses, de
acordo com a atual proposta do governo.
Essa definição, contudo, deve ficar para
depois do anúncio e fora da medida provisória do Fies, segundo um
integrante do governo que participa das discussões. A oferta de vagas
para 2018, já com novas regras, será em torno de 300 mil, segundo a
Folha apurou. Para o segundo semestre de 2017, são cerca de 75 mil
–ainda no modelo atual.
O anúncio, que estava previsto para a
semana passada, foi adiado após o presidente ter sido denunciado pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Agora, isso pode ocorrer
nesta quinta (6).
Outra mudança proposta para o ano que
vem, como a Folha revelou em junho, é que o aluno saberá, já ao firmar o
contrato, o valor total do empréstimo para pagar o ensino superior.
Isso porque o contrato será para todo o período. Atualmente, o
financiamento é renovado a cada semestre e segue o reajuste das
mensalidades.
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