A partir de hoje (7), estará disponível para os internautas o site Escritoras Negras,
com um mapeamento detalhado da presença delas na Bahia. O produto é
resultado de um levantamento feito pela jornalista e doutoranda em
literatura pela Universidade de Brasília (UnB), Calila das Mercês. O
espaço digital reunirá o trabalho de escritoras que assim se
identificam, em diversos segmentos literários, como poemas, contos,
artigos e romances.
“Eu acho que é muito limitador a gente
eliminar uma pessoa [da definição de escritora] por não ter um livro
publicado, acho que devemos agregá-la e entender por que não foi
publicado. A partir daí, há uma série de questões da cadeia produtiva do
livro, vários nãos que se escuta, as questões sistêmicas e estruturais,
como racismo, machismo e misoginia, que andam de mãos dadas. Seria
esquisito, como pesquisadora, se eu não tivesse esse olhar humanístico
da percepção delas”, explica Calila sobre os critérios definidos para o
mapeamento.
O lançamento oficial do portal será hoje à noite, com uma palestra no campus
da Universidade do Estado da Bahia, em Teixeira de Freitas. A
idealizadora do projeto, Calila das Mercês, vai falar aos estudantes
sobre Literatura de autoria negra: resistência e pluralidade da
memória”. O ciclo de bate-papos (Enegras) é mais um desdobramento do
projeto Escritoras Negras. O Enegras será realizado no sul da Bahia, de
hoje (7) até o próximo dia 20, e mobilizará cerca de 180 mulheres de
comunidades afro-indígenas, nas cidades de Alcobaça, Caravelas e Prado
(Cumuruxatiba). Entre os temas estão literatura, cinema, tecnologia,
empoderamento e resistência.
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