Era uma casa sem porta dos fundos, fiação elétrica, televisão, rádio,
talheres. A residência humilde foi alvo do saque de um dos próprios
residentes: um do adolescente de 17 anos que roubava tudo que a avó
comprava para vender e comprar crack. Desesperada, a mãe do menino, que
mora no interior do Mato Grosso do Sul com outros três filhos e o
marido, voltou para Itapetininga (SP) e se amarrou a ele com uma
corrente. Por três dias.
A atitude drástica foi tomada quando a mulher, que tem 35 anos e não
foi identificada para preservar o adolescente, recebeu ameaças de
vizinhos “na porta de casa”. O jovem também costumava roubá-los.
“Xingaram a mim, a minha mãe e ameaçaram bater nele, então, antes de
vê-lo estendido no chão da rua, resolvi fazer isso”. O resultado foi a
internação do jovem menino em uma clínica de Bady Bassitt , região de
São José do Rio Preto (SP).
Conforme a assessoria do local informou, ao G1, que o interno agora
passa por exames e está sendo medicado no tratamento para superar o
vício, que começou aos 11 anos. “Ele começou com maconha, passou por
todas as drogas e parou no craque”, lembra. A mulher conta que “fez de
tudo”, antes de amarrá-lo. “Procurei a polícia, procurei o Caps, mas ele
não melhorou. Não adiantou. Melhor acorrentar do que ver ele morto. Eu
faria de novo se fosse preciso”, declara.
O tratamento do adolescente será gratuito. “Eu tinha fé que ia
conseguir. Eu falei para meu esposo que ia voltar só quando alguma coisa
fosse feita. Ele concordou e me ajudou. Foi triste vê-lo indo para a
clínica. Ele estava bravo comigo, mas eu espero que volte recuperado. Eu
vou até o fim para lutar pelo meu filho, porque é triste demais ver ele
desse jeito. Ele vai ser curado, tenho fé. Um dia ele vai parar”,
finaliza.
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