A Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal
(Corregedoria-PCDF) acredita que o sargento da Polícia Militar Daniel
Quezado Amaro, encontrado sem vida na sala do seu apartamento no
Sudoeste (DF), em 24 de fevereiro do ano passado, não se matou. A
alegação de suicídio foi apresentada pela mulher do militar, que é
agente da PCDF.
De acordo com as investigações feitas pela 3ª Delegacia de Polícia
(Cruzeiro) e da Corredoria, a agente Mirtes Gomes Amaro afirmou desde o
início que o marido se suicidou na frente dela. No entanto, após
análises do exame cadavérico, os investigadores da Polícia Civil
começaram desconfiar da tese da mulher.
O laudo, por exemplo, foi considerado “inconclusivo” para suicídio.
Porém, de acordo com os investigadores, em casos de suicídio, em geral,
eles apontam algum tipo de autolesão (como um disparo de arma de fogo
contra o próprio peito).
“A Mirtes era muito ciumenta e, no dia do velório do meu filho, ela
se aproximou e me pediu perdão. Nunca havia entendido aquela atitude”,
disse a mãe do PM, Maria Luíza Quezado Pinto Amaro, 83 anos.
“Ele não tinha motivos para se matar. O Daniel tinha um
relacionamento maravilhoso com os irmãos e com a gente [pais]. Era uma
pessoa alegre, muito feliz e realizado com a própria vida. Não faz o
menor sentido tirar a própria vida”, comentou o pai do militar.
Diante das circunstâncias da morte, segundo informações do
Metrópoles, a Polícia Civil decidiu pelo indiciamento da agente e
encaminhou o inquérito ao Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios (MPDFT). O caso está a cargo dos promotores do Tribunal do
Júri do DF. De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, a denúncia
será oferecida à Justiça em breve.
O advogado da policial, Asdrúbal Neto, discorda da tese de homicídio,
e diz que a cliente sempre colaborou com a apuração feita pela polícia.
“Minha cliente tem uma história coesa e que faz sentido. Ela não
mudou uma linha sequer durante todos os depoimentos. Ela conta que seu
companheiro afirmou que tiraria a própria vida. Vale lembrar que não há
testemunhas do fato e todo esse processo está sendo muito traumático,
pois ela viu um companheiro de muitos anos se matar na frente dela”,
disse o advogado.
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