O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse hoje (14) que um
eventual rompimento comercial com os países árabes e a China, em razão
de disputas geopolíticas, pode ser prejudicial para o agronegócio no
país. De acordo com o ministro, a manutenção desses mercados deve ser um
ponto de atenção do próximo governo.
“É um ponto de atenção, sim. Não temos essa questão de geopolítica,
essa vontade de ser o líder do mundo. Não temos condições de ser o líder
do mundo, então porque vamos fazer enfrentamentos nessa ordem?”,
alertou o ministro, lembrando que quase 50% das exportações brasileiras
de frango têm como destino os países do Oriente Médio.
“Você perder isso, você criar um ambiente ruim de negócios, significa
problemas para nossas empresas, e que vai bater por último lá no campo,
nos nossos produtores, então acho muito complicado isso”, afirmou.
O ministro se referiu a declarações do presidente eleito, Jair
Bolsonaro, que disse que pretendia transferir a embaixada brasileira em
Israel de Tel Aviv para Jerusalém e de críticas ao avanço da China em
negócios no país. As declarações não foram bem recebidas pelos países.
Maggi disse que já conversou com a futura ocupante da pasta, Tereza
Cristina, para manter o trabalho de abertura de novos mercados para os
produtos brasileiros. Ele disse que sugeriu que, logo após a posse, a
ministra faça uma viagem para esse países.
“Tem que transmitir a eles que Brasil os quer como nossos parceiros,
que somos confiáveis, nós não ficamos disputando hegemonia mundial da
economia, da política, de território, de nada. O Brasil é um país que
deve seguir o seu ritmo, se transformando no maior produtor agrícola do
mundo, de pecuária e que deve garantir a qualidade dessas mercadorias e a
frequência dessas mercadorias”, disse.
De acordo como ministro, em 2018, as exportações do agronegócio devem
ultrapassar a barreira dos US$ 100 bilhões. "Será a primeira vez que o
agronegócio vai ultrapassar a barreira dos US$ 100 bilhões. Já
exportamos US$ 99 bilhões em 2013".
Ao ser perguntado sobre a concorrência da soja norte-americana pelo
mercado chinês, o ministro disse que o Brasil está preparado caso o país
asiático retire tarifas sobre a soja produzida nos Estados Unidos. A
iniciativa seria um aceno chinês em meio a uma trégua na guerra
comercial com os Estados Unidos. "Está absolutamente preparado... A
retirada do imposto lá pela China para a soja americana não vai
influenciar nada. O mercado vai voltar ao patamar que estava antes ou
muito próximo", disse Maggi.
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