Uma pesquisa desenvolvida pelo Sindicato Nacional das Empresas de
Limpeza Urbana (Selurb) mostra que o surgimento de lixões – depósitos
ilegais de lixo em que não há controle dos materiais, cuidados com o
solo e o meio ambiente – está ligado aos municípios com maior
dependência de transferências de recursos intergovernamentais, densidade
populacional reduzida, menor valor per capita de investimento em limpeza urbana, e com baixos níveis educacionais.
De acordo com o estudo, divulgado hoje (15), a questão econômica é o
que apresenta maior impacto nos resultados. Cidades com lixões têm, em
média, 90,8% de dependência financeira de repasses dos governos
estaduais e federais, enquanto as que destinam os resíduos corretamente
para aterros sanitários apresentam dependência menor, 79,1%, em média.
A pesquisa mensurou ainda a relação entre o investimento em educação
infantil e os depósitos ilegais. “A cada 10% de aumento no número de
crianças matriculadas na escola, diminui em 3,6% a probabilidade de
surgir um lixão”, disse o economista responsável pela pesquisa, Jonas
Okawara.
O levantamento mostra que cidades com maior volume de recursos do
orçamento municipal voltado à limpeza urbana tendem a criar menos
depósitos irregulares. Municípios com lixão gastam cerca de R$ 76 mil
por mês com esses serviços. Já os que destinam os resíduos corretamente
investem, em média, R$ 534 mil a cada mês.
“Evidenciou-se que além da questão educacional, para eliminarmos os
lixões no Brasil, as cidades necessitam de recursos orçamentários e
financeiros para sustentar o custeio dos serviços. Sem recursos próprios
e vinculados, as cidades não conseguirão acabar com a destinação
inadequada”, disse Okawara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário