Policiais federais detiveram, ontem (13), em
Brasília, em caráter temporário, o empresário André Felipe de Oliveira
da Silva, acusado de participar da venda de 400 aparelhos respiradores
para o governo do Pará. Nas últimas eleições, Felipe foi eleito segundo
suplente do senador Izalci Lucas (PSDB/DF). Ele também foi secretário de
Esporte e Lazer do Distrito Federal no ano de 2007, durante o governo
de José Roberto Arruda.
Segundo o governo do Pará, os 152
respiradores mecânicos chineses entregues pela empresa SKN do Brasil
Importação e Exportação de Eletroeletrônicos não correspondem aos
requisitos necessários para unidades de terapia intensiva (UTIs) do
estado, e não poderão ser instalados. De acordo com o governo paraense, o
uso dos equipamentos pode colocar em risco os pacientes infectados pelo
novo coronavírus. O lote foi adquirido por R$ 25,2 milhões.
A 3º Vara Criminal Federal em Belém também
autorizou a prisão de um segundo representante da SKN do Brasil que
intermediou a compra dos aparelhos, mas, até a manhã de hoje (14), ele
não havia sido localizado. A reportagem não conseguiu confirmar o nome
deste segundo acusado, que é considerado foragido.
Além dos dois mandados de prisão temporária,
a Justiça Federal também autorizou buscas e apreensões de documentos em
endereços ligados aos acusados e a SKN do Brasil. Todos os mandados
foram expedidos no âmbito da Operação Profilaxia, que combate desvio de
recursos públicos destinados ao enfrentamento da covid-19.
As investigações, a cargo da PF, do
Ministério Público Federal e do Ministério Público do estado do Pará,
estão sob segredo de Justiça. Ainda assim, em nota, o MPF afirma que “os
prováveis crimes ocorridos no Pará têm relação visível com os que
ocorreram no Rio de Janeiro, onde também houve a venda de equipamentos defeituosos
ao estado”. Para o MPF, os dois casos sugerem a “existência de um
esquema nacional para fraudar a compra desses equipamentos em plena
pandemia de covid-19.”
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