Pais, mães e responsáveis cancelam a matrícula de alunos de escolas
particulares em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Os
cancelamentos ocorrem principalmente na educação infantil, período em
que é mais difícil manter atividades fora da escola. O movimento
preocupa o setor, que estima que as creches, que atendem crianças de 0 a
3 anos de idade, percam dois terços das matrículas este ano.
Entre os motivos para tirar os filhos do colégio estão a incerteza de
quando as aulas serão retomadas e a perda de renda familiar. Gabriela* é
uma dessas mães. Ela precisou tirar a filha, Bianca*, 5 anos, da
escola. A família tem, em Goiás, uma fazenda que produz carne e produtos
derivados do leite. As vendas reduziram nos últimos meses. Ela procurou
a escola três vezes para negociar a redução da mensalidade, que custa
cerca de R$ 700. “Falaram que não poderiam fazer nada”, disse.
Os cancelamentos das matrículas, de acordo com o presidente da
Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Ademar Batista
Pereira, preocupam. “Tem uma debandada, principalmente da educação
infantil, da primeira etapa, até os 3 anos de idade. Está saindo muita
gente. Nessa etapa, a escola tem o trabalho de cuidar e educar, o ensino
remoto é difícil”, afirmou.
A estimativa da Fenep é que dois terços dos estudantes deverão
abandonar as creches particulares este ano, o que equivale a cerca de 1
milhão de crianças fora da escola em todo o país, o que levará ao
fechamento de muitos desses estabelecimentos. A preocupação é que, com a
retomada das aulas, sem as escolas, as crianças não consigam ser
matriculadas na rede pública, que já sofre com falta de vagas na etapa,
nem na particular.
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