O primeiro julgamento em pauta é uma reclamação do Ministério Público do Rio. Os promotores defendem que, por não ser mais deputado estadual, Flávio não tem foro privilegiado ao responder por crimes cometidos no mandato de deputado. O MP pede que o filho do presidente seja julgado em primeira instância no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), e não em segunda, pelos desembargadores da Corte. A Corte não vai avaliar se há provas suficientes para condenar ou absolver o parlamentar, mas em qual instância da Justiça ele deve ser julgado.
O caso tramitou na 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, sob a responsabilidade do juiz Flávio Itabaiana. Por dois votos a um, a 3ª Câmara Criminal do TJ entendeu que, por ter emendado os mandatos de deputado estadual (que foi até 31 de janeiro de 2019) e de senador (que começou em 1º de fevereiro de 2019), ele nunca deixou de ser parlamentar, justificando o foro privilegiado no TJ. Assim, a investigação foi retirada do juiz de primeira instância e todas as suas decisões foram anuladas.
O Ministério Público do Rio de Janeiro recorreu, e esse é um dos recursos recurso que a Turma deverá analisar. O outro foi protocolado pela defesa de Flávio, que aponta ilegalidades na investigação.
A discussão no STF se arrasta desde junho do ano passado, quando o MP
apresentou seu recurso. O julgamento do pedido do MP foi adiado algumas
vezes. Na sessão de 31 de agosto de 2021, o ministro Gilmar Mendes,
relator do caso na Corte, informou que a defesa do senador havia
apresentado razões para o adiamento e, sem entrar em maiores detalhes,
concordou com o pleito. O julgamento chegou a ser marcado para a sessão
seguinte da Segunda Turma, ocorrida em 13 de setembro, mas acabou não
acontecendo. Em 30 de agosto, o advogado Rodrigo Roca, que defende
Flávio, havia apresentado uma petição sob alegação de que estava
"impossibilitado de comparecer na sessão agendada para o próximo dia 31
de agosto".
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