terça-feira, dezembro 27, 2022

Lula convida Podemos para fazer parte da base governista.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu diálogo com a presidente do Podemos, deputada reeleita Renata Abreu (SP), e convidou o partido para ingressar na futura base governista. Reconhecido pelo apoio ostensivo à Operação Lava-Jato, o Podemos caminhou com a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência no primeiro turno, e liberou os filiados para apoiarem quem quisessem no segundo turno.

Segundo aliados de Lula com acesso aos bastidores das negociações, se o Podemos decidir compor a futura base lulista, o partido poderia indicar um de seus quadros para assumir o Ministério do Turismo, ou preencher outro espaço no governo. O partido terá uma bancada federal de 12 deputados e 6 senadores.

Com esse movimento, Lula surpreende aliados, adversários e deverá gerar desconforto interno na legenda, porque o Podemos é o partido do deputado eleito pelo Paraná, Deltan Dallagnol, principal liderança da Lava-Jato ao lado de Sergio Moro (União Brasil), senador eleito pelo Paraná. Dallagnol foi o deputado mais votado do Paraná, com 344,9 mil votos. Em segundo lugar, ficou a presidente do PT, deputada reeleita Gleisi Hoffmann, com cerca de 261 mil votos.

No final de 2021, o Podemos lançou a pré-candidatura de Sergio Moro à Presidência da República. Mas após desentendimentos internos, o ex-juiz federal que ordenou a prisão de Lula desfiliou-se, e ingressou no União Brasil, por onde se elegeu em outubro. O Podemos também ensaiou lançar o ex-ministro e general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz à Presidência, mas, ao fim, acabou apoiando Tebet.

Segundo interlocutores, Lula está empenhado em formar um governo de frente ampla, com o maior número possível de partidos aliados que pertençam ao espectro político de centro, e até de direita. Além das siglas de esquerda, Lula já sacramentou os apoios do MDB, União Brasil, PSD e Solidariedade. Fontes do Congresso acreditam que Progressistas e Republicanos vão se aproximar do governo Lula mais adiante, após a “quarentena” do apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

No fim do primeiro turno, o partido divulgou uma nota oficial posicionando-se ao centro do espectro político, e condenando o extremismo na política. “O Podemos foi fundado como partido-movimento com o objetivo de oferecer aos brasileiros um projeto de país que afaste definitivamente a discussão política dos extremos, e represente o equilíbrio necessário e saudável à democracia. Nestas eleições presidenciais esse projeto foi liderado pela candidatura de Tebet”, disse o comunicado.

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