Das 23 pessoas intimadas a prestarem depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira no âmbito de uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, 16 ficaram em silêncio. Entre os que optaram por essa estratégia, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), três ex-ministros de seu governo — Walter Braga Netto (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sério Nogueira (Defesa) —, e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos.
De acordo com fontes da PF, entre os sete investigados que falaram nos depoimentos estão o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Martins; o presidente do PL Valdemar da Costa Neto; o ex-assessor Tércio Arnaud; o assistente do Comando Militar Sul Bernardo Romão Correa Netto; além do coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães.
Os depoimentos foram marcados para ocorrer de forma simultânea, a partir das 14h30. Quatorze deles foram realizados em Brasília, quatro no Rio de Janeiro, dois em São Paulo, um no Paraná, um em Minas Gerais, um no Mato Grosso do Sul e outro no Espírito Santo.
Todos os intimados foram alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada há duas semanas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta operação, as apurações da PF apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
Ao longo da semana, a defesa de Bolsonaro chegou a pedir a dispensa do comparecimento do ex-presidente a sede da PF, em Brasília, nesta quinta-feira, após alegar não ter tido acesso à íntegra das investigações. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, negou a solicitação.
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