segunda-feira, janeiro 19, 2015

SAL SEM SÓDIO PODE SER PIOR QUE TRADICIONAL PARA QUEM TEM PRESSÃO ALTA.


Fabricante e Anvisa explicam que restrição não está presente no rótulo do salgante por ele ser um alimento, não remédio
Fabricante e Anvisa explicam que restrição não está presente no rótulo do salgante por ele ser um alimento, não remédio

A indústria teve uma boa ideia ao inventar um salgante sem sódio, que contém apenas potássio. De fato, ele salga e não acrescenta o elemento que aumenta a pressão arterial de muitos. No entanto, especificamente para o grupo de pessoas hipertensas ou com insuficiência cardíaca que tomam remédios poupadores de potássio, substituir o sódio pelo salgante com potássio pode ser muito perigoso. O perigo vem porque há um aumento considerável da ingestão de potássio e o excesso desse mineral provoca arritmias cardíacas (batimentos anormais do coração) levando até mesmo à morte.

O cardiologista do Hospital 9 de Julho Marcelo Paiva confirma que a redução do sódio faz bem aos hipertensos. Mas não adianta substitui-lo pelo potássio, no caso de quem toma esses remédios específicos. “Assim, a pessoa estaria trocando um problema pelo outro.”  Por essa razão o médico defende que, para quem tem algum problema de saúde, o salgante de potássio só deve ser usado sob supervisão médica.

A preocupação se concentra em pessoas que tomam os remédios que poupam potássio, que são divididos em duas classes: os inibidores de ECA – enzima conversora de angiotensinogênio (como espironolactona, captopril, enalapril, ramitril) e os bloqueadores de receptores da angiotensina (valsartan e candesartan). Esses remédios seguram o potássio dentro do corpo, diminuindo a pressão arterial. Só que quando há uma ingestão de potássio maior do que aquela que vem naturalmente na dieta (como na banana, batata e outros alimentos), o organismo pode entender que deve poupar todo aquele potássio. E pode acontecer a hipercalemia ou intoxicação por potássio, condição séria e que se torna uma emergência médica.

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