No primeiro dia de conversas entre os governos de Cuba e dos Estados Unidos
sobre o processo de normalização das relações diplomáticas entre os
dois países, em Havana, os representantes cubanos expressaram hoje (21)
preocupação com a Lei de Ajustamento Cubano e a chamada política de “pés
secos, pés molhados”, que consideram “o principal incentivo à imigração
ilegal para os Estados Unidos”.
Em vigor desde 1966, a lei oferece
facilidades à instalação dos imigrantes cubanos, dando-lhes o status de
residentes, por um ano, benefício que não é dado a cidadãos de outras
nacionalidades. A política de de “pés secos, pés molhados” agiliza o
acesso à residência permanente
dos cubanos que conseguem chegar ao solo norte-americano. Os abordados
no mar são repatriados para Cuba, ilha que está a 140 quilômetros do
extremo sul da Flórida.
“Expressamos preocupação porque a lei
vai contra o espírito e a letra dos acordos migratórios que estamos
revendo nesta sessão de trabalho”, disse o subdiretor para as questões
dos Estados Unidos do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Gustavo Machín.
De hoje a sábado (24), a primeira missão
oficial americana, liderada pela secretária de Estado adjunta para a
América Latina, Roberta Jacobson, vai permanecer no país discutindo a
normalização das relações diplomáticas, rompidas desde 1961. Entre as primeiras medidas, está a reabertura das embaixadas.
Os presidentes dos Estados Unidos,
Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, fizeram o anúncio de reaproximação
entre os dois países no dia 17 de dezembro de 2014.
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