A estimativa de crescimento da economia
brasileira em 0,3% apontada pelo Fundo Monetário Internacional para
este ano já era esperada por economistas, investidores e analistas do
mercado financeiro. Ontem (19), o Banco Central divulgou o boletim
Focus, com dados coletados no mercado financeiro, que mostra projeção de
crescimento de 0,38%, próxima, portanto à estimativa do FMI.
O presidente do Conselho
Regional de Economia (Corecon) de São Paulo, Manuel Enríquez, destacou,
em conversa com a Agência Brasil, que os dados do Fundo Monetário não
são novidade. É nesse cenário que ele avalia as medidas do ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, para fazer os ajustes necessários nas contas do
setor público, com corte de gastos e de forma a trazer investimentos
para que o país volte a crescer. Para Enríquez, não será fácil a tarefa
da equipe econômica. Segundo o economista, a dificuldade aumenta na
medida em que estão envolvidas várias esferas de governo, e “a pressão sobre o Executivo sempre é muito grande.”
“Ele [governo] se debruçou sobre alguns tributos e vai conseguir, com
a elevação de alíquotas, aumento de arrecadação próximo de R$ 20
bilhões. É um esforço para, em primeiro lugar, criar condições para
manter o grau de investimento que ganhou em 2007. E, em segundo lugar,
para equilibrar as contas públicas, o que signfica criar condições para o
crescimento econômico em 2016 e 2017”, disse Enríquez.
O economista lembrou, porém, que as medidas divulgados pelo governo
são aumento de tributos, com consequência para a receita, mas ainda não
são conhecidos os cortes de gastos, que deverão ocorrer só depois que o
Congresso Nacional reabrir os trabalhos legislativos, em fevereiro. As
medidas que levarão ao aumento da arrecadação às quais se referiu
Enríquez foram anunciadas ontem (19) pelo ministro da Fazenda, Joaquim
Levy. “É mais fácil aumentar os tributos, nao é?”, comentou Enríquez.
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