Na missa que celebrou no Santuário de
Caacupé, capital religiosa do Paraguai, o papa Francisco centrou a
pregação ontem sábado (11) na coragem da mulher paraguaia, segundo ele
“a mais gloriosa da América”. Após a Guerra do Paraguai (1864-1870), a
população masculina adulta paraguaia foi praticamente exterminada.
“Vocês têm o DNA das que reergueram um país derrotado”, afirmou.
Após uma noite de chuva, os que
esperaram ao relento para garantir um bom lugar foram recompensados com
uma manhã de sol. Em uma pregação com tom menos político que as demais
feitas em sua passagem pela América Latina, Francisco traçou um paralelo
entre a força de Maria e a da mulher paraguaia.
A cidade de 48 mil habitantes foi tomada
por cerca de 1 milhão de fiéis, segundo estimativa do governo. A missa
foi celebrada ao lado do santuário em razão da audiência. Segundo a
lenda local, perto de 1600 a virgem salvou a vida de um guarani atacado
por uma tribo inimiga. Ele teria talhado a imagem morena que os
paraguaios veneram, a Virgem de Caacupé.
Francisco é devoto da santa, usada para a
amenizar a violência em algumas comunidades pobres de Buenos Aires
(Argentina) com grande número de imigrantes paraguaios nos anos 90. “Ela
era uma espécie de elo entre diferentes gangues, o que permitia uma
tentativa de reaproximação”, disse ao jornal “O Estado de S. Paulo”
Federico Walls, secretário de Jorge Bergoglio quando este trabalhava nas
comunidades pobres da capital argentina.

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