Laterais ofensivos, três meio-campistas pouco acostumados ao trabalho sem bola e dois atacantes rápidos.
Não era para ser um Corinthians tão forte defensivamente. Nem para
Tite, muito menos para Mano Menezes, que participou da montagem do
elenco em 2014. Mas, nesta quinta-feira, pode ser um Corinthians campeão
brasileiro contra o Vasco, em São Januário. Em parte, a um time
'mordedor' como não se esperava que fosse, pela essência de boa parte
dos atletas.
A dois pontos do sexto título nacional, a equipe
corintiana tem grandes possibilidades de sair campeã se, mais uma vez,
não for vazada. Isso ocorreu em 17 dos 34 jogos do Campeonato Brasileiro
- e, vale lembrar, o Vasco tem o pior ataque da competição. Entre os
méritos atribuídos ao comando técnico está justamente esse: fazer marcar
e se defender tão bem um time com membros sem esse perfil.
Mas,
acima do mérito individual de cada jogador e de como foram preparados
para defender, está o trabalho coletivo. A ideia de compactação entre os
setores e a de jogo baseado em triangulações
faz com que, esteja onde estiver no campo, a equipe corintiana tenha
sempre seus atletas uns próximos aos outros. Se a bola é perdida e todos
estão por perto, será mais fácil recuperar.
Tite, que fez até
listras verticais sobre o gramado no CT Joaquim Grava para estimular
essa compactação, conseguiu criar e aplicar um modelo de jogo em que,
mesmo sem grandes marcadores além de Gil e Ralf, o Corinthians é forte
na recuperação da bola. Isso, claro, também se deve ao espírito de
competição colocado sobre cada jogador.
O principal caso envolve
um dos protagonistas. Jadson, aos 32 anos, impressiona a comissão por
se entregar tanto sem bola. Já Elias, de quem se desconfiava ainda poder
realizar o vai-e-vem, deixou problemas físicos de 2014 para trás. E
Renato Augusto, mais distante do gol, cresceu de produção e também
contribui mais em desarmes. Com Mano, vale lembrar, o carrapato Petros
tinha lugar cativo. Justamente porque se entendia ser necessário alguém
para o trabalho sujo que agora é feito por todos. Até por Malcom e
Vagner Love.
O crescimentos de todos os laterais no
posicionamento defensivo é mais um mérito atribuído ao trabalho da
comissão técnica. Desde Sylvinho, auxiliar que deixou o clube em
dezembro, mas dedicou muito a Fagner e Uendel para que evoluíssem nesse
aspecto. O experiente Edílson e o calouro Guilherme Arana vão pelo mesmo
caminho. Cresceram ao longo de 2015 e jogarão em São Januário mais uma
vez como titulares.
Com 11 pontos de vantagem sobre o vice-líder
Atlético-MG a quatro rodadas do fim, o Corinthians irá se sagrar
campeão se vencer no Rio, mas pode alcançar o feito com empate ou mesmo
derrota, caso os mineiros não vençam o São Paulo no Morumbi.
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