Há cerca de 50 anos, o Aedes aegypti iniciava um processo de
transição de mosquito selvagem para urbano. Originário do Egito, o
mosquito se dispersou pelo mundo a partir da África: primeiro para as
Américas e, em seguida, para a Ásia.
As teorias mais aceitas indicam que o Aedes tenha se disseminado para
o continente americano por meio de embarcações que aportaram no Brasil
para o tráfico de negros escravizados. Registros apontam a presença do
vetor em Curitiba, no final do século 19, e em Niterói (RJ), no início
do século 20.
Ao chegar às cidades, o Aedes passou a ser o responsável por surtos
de febre amarela e dengue. A partir de meados dos anos 1990, com a
classificação da dengue como doença endêmica, passou a estar em
evidência todos os anos, principalmente no verão, época mais favorável à
reprodução do mosquito.
A infecção se dá pela fêmea, que suga sangue para produzir ovos. Uma
vez infectado, o mosquito transmite o vírus por meio de novas picadas.
Atualmente, o inseto transmite, pelo mesmo processo, febre chikungunya e
zika.
Em entrevista à Agência Brasil, o epidemiologista e secretário-geral
da Sociedade Brasileira de Dengue e Arbovirose, Luciano Pamplona, disse
que o Aedes aegypti já pode ser considerado um mosquito doméstico. “Ele é
praticamente um bichinho de estimação”, disse Pamplona, que também é
professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará
(UFC).
Dados do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa),
do Ministério da Saúde, apontam que, no Nordeste, o principal tipo de
criadouro do mosquito são tonéis e caixas d’água. Nas regiões Sudeste e
Centro-Oeste, o depósito domiciliar, categoria em que se enquadram vasos
de plantas e garrafas, predomina como criadouro do vetor. No Norte e no
Sul, a maior parte dos criadouros do mosquito está no lixo.
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