Olá,
a todas e a todas! É sempre um prazer dividir esse espaço com vocês, leitores
desse Blog.... Esse que é um espaço de reflexão sobre nossa sociedade e sobre
as nossas posturas e atitudes diante das diversidades sociais, culturais e
religiosas que todos os dias estão as nos desafiar a sermos pessoas melhores.
Hoje
o “Espaço da Preta” vem falar de um assunto necessário de ser discutido em
todos os lugares de convivência humana: a Intolerância
Religiosa. E por que falar sobre isso? Primeiro, por que vivemos em um país
laico, em contraste com os altos índices de práticas de intolerância religiosa
(nossa Constituição Federal assegura em seus dispositivos o direito à liberdade
de culto e crença a qualquer indivíduo que queira manifesta sua fé). Segundo,
por que no dia 21 de janeiro foi celebrado o dia da Intolerância Religiosa do
Brasil, em diversos lugares do país vários seguimentos religiosos se uniram
pelo combate a esses tipos de atos, e para que as pessoas repensem suas posturas
e suas atitudes sobre religiões.
A
Intolerância Religiosa se configura em atitudes e ações de teor violento e
preconceituoso, contra a crença religiosa de outra pessoa. Quem anda atentado
nos noticiários televisivos, e principalmente, na internet sempre se depara com
alguma notícia que se caracteriza como um ato intolerante, e vale salientar
aqui que:Intolerância Religiosa é Crime.
Muitas
guerras travadas entre os povos da antiguidade e da contemporaneidade, tem como
pano de fundo as religiões. Isso acontece quando um povo acredita que sua
crença é melhor que as demais, e que todos devem seguir a sua verdade, nesses
descaminhos perpetuados, milhões de vidas já foram e vão continuar sendo
ceifadas; são crianças, mulheres, jovens, homens que tem seus sonhos
dilacerados por crenças em verdades únicas e absolutas.
No
Brasil, existe um seguimento religioso que sempre sofreu as dores terríveis da
indiferença e da intolerância: as Religiões
de Matriz Africana, ou a Macumba, como muitos as conhecem ou as chamam
pejorativamente. Pelo país a fora muitas Casas de Candomblé, Umbanda, Xangô,
Jurema, Batuque, e outras, são diariamente afetadas pelo veneno social da
intolerância, são ações que vão desde o insulto verbal a atos extremos de
violência, como a morte ou destruição dos espaços religiosos. Essa realidade é
fruto de nossas heranças coloniais que privilegiaram umas religiões, e
demonizaram outras.
Em
pleno século XXI, em que deveríamos estar com nossas mentes abertas e os
corações transbordando de amor e benevolência, ainda encontramos em todos os
lugares pessoas que levantam e sustentam a bandeira da Intolerância Religiosa,
são nossos vizinhos, nossos amigos, nossos familiares, ou nós mesmos.
Precisamos compreender que enquanto vivermos fechados em nossos casulos
sociais, culturais e religiosos, acreditando que nossas verdades são únicas e
absolutas, sempre haverá guerra, rancor e ódio entre os povos.
Enquanto
acreditarmos que nossa religião é único fundamento do mundo, jamais vamos poder
comtemplar a verdadeira essência da vida: amar o nosso próprio como nós mesmo.
Vamos abrir nossos braços e abraçar forte a diversidade da vida, dos povos, do
mundo. Vamos nos permitir, vamos aprender a olhar o mundo com bondade e fazer
dele um lugar melhor.
Depende
de você, de nós, de todos.... Abra sua mente e deixe entrar a farol da
sabedoria, da benignidade, do amor... O mundo é repleto de religiões, cada uma
com seus preceitos e suas formas de elevação... Respeite e seja tolerante...
Faça de você um ser humano cada dia melhor, e o mundo seguirá a sua mudança...
Como dizia nosso saudoso Gandhi “Seja a mudança que quer ver no mundo”.
Axé, Namastê, Amém, Maktub, Savará, Optchá, Shalon... Um maravilhoso fim de semana para todos!
Por Ana Paula de Lima
Esp. em História
e Cultura Afro-brasileira
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