Em 2015, o estado do Rio Grande do Norte viu, pela primeira vez em
dez anos, caírem suas estatísticas de violência: em relação a 2014,
foram quase 10% de redução no número de Crimes Violentos Letais
Intencionais (CVLIs). O fenômeno, no entanto, não continuou em 2016, que
mostra crescimento de 22,8% no número desses crimes até outubro,
comparado com o mesmo período de 2015.
Esse cenário fez com que o Ministério da Justiça antecipasse a
execução do Plano Nacional de Segurança Pública no estado. Lançado na
última terça-feira (8), o plano tem o objetivo de atuar em três grandes
frentes: proteção a mulheres vítimas de violência, racionalização do
sistema prisional e combate ao tráfico de drogas.
No Rio Grande do Norte, grande parte dos crimes violentos registrados
este ano tem relação com o tráfico de drogas e envolve alto número de
jovens. É o que mostra o último relatório divulgado pela Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social (Sesed). A ação do tráfico é tida como
causa em 65% das mortes violentas.
“Mais de 50% das vítimas têm entre 12 e 24 anos. É um público que
deveria estar nas escolas, mas, infelizmente, acaba se envolvendo com o
mundo do tráfico. A gente precisa fechar essa torneira de jovens que vão
para o lado do crime”, analisa o coordenador de Informações
Estatísticas e Análises Criminais da Sesed, Kleber Maciel.
Em setembro, o estado passou a contar com o reforço da Força Nacional
de Segurança Pública após uma série de eventos que culminaram em
ataques e depredações a ônibus e prédios públicos, motivados, conforme o
governo, pela instalação de bloqueadores de sinal de celular nas
unidades prisionais do estado.
Atualmente, segundo a secretaria, 110 agentes apoiam a Polícia
Militar na ação ostensiva, e a presença do efetivo será prorrogada este
mês. O alto número de fugas das penitenciárias, segundo Maciel, é outro
fator que pressiona os dados de crimes violentos no estado.
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