O professor do Departamento de Engenharia da Computação e Automação
(DCA), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Samuel
Xavier de Souza, conquistou o prêmio Newton Advanced Fellowships,
oferecido pela academia Royal Society, do Reino Unido, que financiará
por dois anos o projeto de pesquisa desenvolvido pelo Laboratório de
Arquiteturas Paralelas para Processamento de Sinais (LAPPS) da UFRN,
juntamente com a Universidade de Bristol. Coordenador do LAPPS, Samuel
Xavier de Souza é o primeiro professor da UFRN a receber o prêmio e se
torna parceiro da Royal Society durante o período de financiamento do
projeto.
A pesquisa premiada, sobre softwares energeticamente eficientes, está em desenvolvimento há três anos no LAPPS e visa promover alternativas para criação de programas que consomem menos energia tanto para uso em dispositivos móveis – celulares e tablets, por exemplo – como também em data centers, onde são utilizados supercomputadores e servidores de nuvem computacional. Com isso, espera-se garantir maior tempo de bateria nos dispositivos de pequeno porte e economia na conta de energia dos aparelhos de grande porte.
“Para se ter noção, levantamentos apontam que os data centers consomem de 1,5% a 2% de toda a eletricidade gerada mundialmente”, explica o professor. Para reduzir o consumo, o projeto propõe uma reestruturação por meio de um processamento paralelo: em vez do habitual funcionamento do programa em apenas um processador com alta frequência, propõe-se o aumento do número de processadores e a diminuição da velocidade, o que economiza energia mantendo o mesmo desempenho do aparelho.
A conquista do prêmio se deu por meio de parceria firmada neste ano com a Universidade de Bristol, no Reino Unido, onde a professora Kerstin Eder trabalha na mesma linha de pesquisa. A verba cedida pela Royal Society é retirada do Fundo Newton, que destina 375 milhões de libras esterlinas para desenvolver, a longo prazo, o crescimento sustentável e o bem-estar social dos países parceiros por meio do fomento à pesquisa e à inovação. No Brasil, o Fundo investirá 27 milhões de libras esterlinas até 2017.
“Com esse financiamento poderemos desenvolver a cooperação internacional e a pesquisa na universidade”, cita Samuel Xavier, que irá ao Reino Unido na segunda semana de dezembro para iniciar a colaboração. Atualmente, o projeto de softwares energeticamente eficientes do LAPPS/UFRN é tema de uma pesquisa de doutorado concluída, três em andamento e uma nova que começará no próximo semestre, assim como de um trabalho de mestrado. O laboratório faz parte do Núcleo de Pesquisa e Inovação em Tecnologia da Informação (nPITI), do Instituto Metrópole Digital (IMD), e ainda abriga outros projetos dentro do grupo de pesquisa em sistemas computacionais e de comunicações energeticamente eficientes.
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