O papa Francisco afirmou, em entrevista ao jornal italiano La Repubblica,
que não julga o novo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump,
mas prefere observar seu comportamento durante o governo. A informação é
da Agência Ansa.
“Eu não faço julgamentos sobre pessoas ou figuras políticas. Só quero
entender quais são os sofrimentos que eles causam aos pobres e
excluídos por seu modo de agir”, disse ao ser perguntado sobre o que
pensava do magnata republicano.
No entanto, ao ser questionado sobre quais os sofrimentos que mais o
deixam preocupado, o pontífice mostrou posição completamente oposta às
promessas da campanha eleitoral do norte-americano. Segundo ele, a maior
preocupação atual é “a dos refugiados e dos imigrantes”.
“Infelizmente, muitas vezes, há apenas medidas contrárias às
populações que temem ficar sem trabalho e reduzir seus salários. O
dinheiro é contra os pobres e contra os imigrantes e refugiados, mas
também há os pobres dos países ricos, aqueles que temem o acolhimento
dos semelhantes provenientes de países pobres. É um ciclo perverso e
deve ser interrompido”, acrescentou.
Sem citar um caso específico, o papa afirmou que é preciso “destruir
os muros que dividem” e “construir pontes que permitam a diminuição das
desigualdades e acrescentam a liberdade e os direitos”. “Mais direitos e
mais liberdade”, destacou.
Esta não é a primeira vez que o líder católico é questionado sobre o
polêmico novo presidente dos Estados Unidos. Antes da viagem ao México e
aos EUA, no início deste ano, o então pré-candidato à Presidência
afirmou que o sucessor de Bento XVI era “muito politizado” e que “não
entendia” os problemas de seu país.
Sobre a declaração, o líder da Igreja Católica disse aos jornalistas
que “uma pessoa que pensa em construir um muro, qualquer que seja, em
vez de criar pontes, não é cristão. Isso não está no Evangelho”, afirmou
em referência à ideia do magnata de construir uma barreira na fronteira
entre o México e os EUA. Poucas horas depois dessa fala, no entanto,
Trump mudou de opinião e disse que o líder religioso era “maravilhoso”.
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