Recentemente, alguns pararam de se referir a mulheres por termos como
“piranha” ou “vagabunda” (8%), outros deixaram de cantá-las na rua
(18%). Alguns não mais as criticam por usarem roupas curtas ou decotadas
(11%), e existem ainda aqueles que deixaram de tentar se aproveitar de
uma mulher bêbada (2%).
Apesar disso, há igual número de homens que admitem ainda se referir a
mulheres como “piranhas” ou “vagabundas” (8%), outros que declaram
cantar mulher na rua (19%). Quase um quarto reconhece criticá-las por
usarem roupas curtas ou decotadas (23%), e poucos que assumem se
aproveitar quando elas beberam (1%).
O retrato pintado pela pesquisa “O papel do homem na desconstrução do
machismo”, encomendada pelo Instituto Avon, aponta que, apesar de haver
avanços, os entraves para a superação do machismo são muitos.
Os dados, do Instituto Locomotiva, sugerem, no entanto, que o
engajamento dos homens é essencial neste processo e que conversar sobre o
tema é o melhor remédio.
De um lado, 44% dos homens afirmaram que ser chamado de machista não o
engajaria na luta pelos direitos da mulher. Para mais de metade
daqueles que deixaram de lado comportamentos machistas nos últimos
tempos, porém, a mudança foi motivada por uma conversa pessoal com
alguém próximo (54%).
Dentre esses, 34% mudaram porque um amigo ou parente homem falou para que não fizesse aquilo.
A pesquisa, que entrevistou homens e mulheres, mostra que 87%
consideram que parte da população é machista, mas apenas 24% se
consideram machistas. Em outra resposta, fica flagrante a persistência
da cultura machista: só metade (52%) dos homens avalia não haver
problema em uma mulher trabalhar fora e o marido cuidar da casa.
Questionados sobre atitudes para evitar o preconceito e a violência
contra a mulher, 37% avaliaram que ensinar os filhos a respeitar as
mulheres é o mais importante.
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