O senador Romero Jucá (PMDB-RR) recebeu
R$ 22 milhões de propina da Odebrecht, segundo a delação do
ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo
Filho. De acordo com o delator, o atual líder do governo no Congresso
“concentrava a arrecadação e distribuição dos recursos destinados ao
partido”. Em troca, Jucá atuava como “patrocinador” de uma “intensa
agenda legislativa” em favor da Odebrecht.
Jucá recebeu o apelido de “Caju”. O delator disse que o fato de sua
relação com Jucá envolver dinheiro lhe dava privilégios, como o de ser
recebido a hora que quisesse, mesmo com o gabinete lotado de pessoas ou
de esperar o senador na sala dele, mesmo sem a presença do parlamentar.
Sobre a escolha do senador como o principal articulador da
empreiteira no Congresso, Melo apontou dois motivos: “a intensidade da
sua devoção aos pleitos que eram do nosso interesse e o elevado valor
dos pagamentos financeiros que foram feitos ao senador ao longo dos
anos”, diz o anexo da delação premiada.
Segundo o ex-executivo da Odebrecht, Jucá atuou para a aprovação de
14 projetos de lei ou medidas provisórias de interesse da empreiteira,
principalmente de temas tributários. O delator lembra que ele é
considerado o “Resolvedor da República no Congresso” e o “Eterno Líder”,
por ter ocupado esse cargo várias vezes. Segundo Melo, Jucá também
tinha “desenvoltura” no tratamento com o Poder Executivo, especialmente
nos ministérios da Fazenda e do Planejamento.
A conta, disse o delator, era paga nas eleições. “Todo apoio
desenvolvido pelo senador teria, nos momentos de campanha, uma conta a
ser paga”, disse. Ele relatou que os apoios eram “equacionados” nas
contribuições a pretexto da campanha eleitoral, de forma oficial ou via
caixa 2. Via O Estado de S. Paulo.
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