Uma pesquisa com 53 mil usuários de planos de saúde de todo o Brasil
aponta aumento da obesidade e do sobrepeso entre 2008 e 2016, apesar de
terem se tornado mais frequentes o consumo de frutas e hortaliças e a
prática de atividade física.
Os dados foram divulgados hoje (15)
pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e fazem parte da
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico (Vigitel). Foram entrevistados por telefone cerca
de 20 mil homens e 33 mil mulheres que moram nas 26 capitais estaduais e
no Distrito Federal.
Em 2008, 46,5% dos entrevistados
apresentavam Índice de Massa Corpórea (IMC) superior a 25 pontos. Essa
parcela da população aumentou para 53,7% quando a pesquisa foi repetida
no ano passado.
O Índice de Massa Corpórea é um dos parâmetros
utilizados pela Organização Mundial da Saúde para identificar se uma
pessoa está em um peso correspondente a sua altura. O valor é calculado
dividindo o peso da pessoa pela sua altura ao quadrado [multiplicada por
ela mesma]. Quando atinge ao menos 30 pontos de IMC, uma pessoa é
considerada obesa, o que é o caso de 17,7% dos usuários de planos de
saúde.
Em 2008, essa parcela era de 12,5%, e, se comparado o
número de obesos daquele ano ao de 2016, é possível constatar que houve
um crescimento de 41,6%.
Mais frutas e hortaliças
Apesar
dessa alta, a pesquisa constatou a melhora de alguns indicadores. O
número de adultos que consomem refrigerantes ao menos cinco vezes por
semana caiu de 26,2% para 14,7%.
O percentual de pessoas que
trocam refeições por lanches começou a ser medido em 2013 e também caiu,
de 19% para 15,6%. Por sua vez, o hábito de comer hortaliças e frutas
com regularidade cresceu de 27% em 2008 para 30,5% em 2016.
A
população que pratica ao menos 150 minutos de atividade física moderada
ou intensa semanalmente cresceu de 37,4% em 2010 para 42,3% em 2016. A
inatividade física, por outro lado, caiu cinco pontos percentuais, de
19,2% para 14,2%.
Foi classificado como inativo o entrevistado
que respondeu não ter praticado nenhuma atividade física nos três meses
anteriores à pesquisa. Também são consideradas nessa resposta a
realização de atividade física no trabalho, limpeza pesada em casa e
caminhadas de pelo menos 10 minutos para ir ou voltar de uma atividade
díaria, como o trabalho ou a escola.
Obesidade por capital
A
pesquisa identificou números regionais sobre os fatores de risco
pesquisados e chegou à conclusão que cinco capitais já registram mais de
20% de usuários de plano de saúde obesos.
Manaus tem o índice
mais elevado, com 22,3%, seguida por Macapá, com 20,8%, e Rio de
Janeiro, com 20,5%. João Pessoa tem 20,2% e Aracaju, 20%. Palmas e
Distrito Federal têm o menor percentual, de 13,4%.
Tabagismo
Outro
dado levantado na pesquisa foi o consumo de cigarro, que apresentou
queda em relação a 2008, mas parou de cair se observada a variação de
2015 para 2016.
Em 2008, 12,4% dos entrevistados eram fumantes,
patamar que caiu ano após ano até atingir 7,2% em 2015. No passado,
7,3% dos usuários de plano de saúde declararam ser fumantes.
O
número de fumantes passivos em domicílio ou em local de trabalho também
caiu. A pesquisa verificou que 6,3% das pessoas estão expostas ao
tabaco em casa e 5,2%, no trabalho.
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