O governo espera que o projeto de lei que trata da privatização da
Eletrobras seja aprovado pelo Congresso Nacional ainda este ano, de
acordo com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira. Segundo
Oliveira, é possível que a aprovação ocorra antes das eleições, em
outubro.
"Dá tempo. O relator está empenhado em apresentar o
relatório rapidamente e fazer um esforço na comissão para acelerar o
cronograma e votar isso o quanto antes", disse Oliveira a jornalistas
após participar da abertura do seminário Privatização da Eletrobras -
Repercussões Setoriais para a Modicidade Tarifária e Modelagem
Societária, no Tribunal de Contas da União (TCU).
Anunciada em
agosto do ano passado, a privatização da Eletrobras deve ocorrer por
meio de operação de aumento de capital, até que a participação do
governo se torne minoritária. O projeto de lei (PL 9463/2018) que trata
da privatização foi encaminhado pelo governo ao Congresso Nacional no
final de janeiro. O governo espera arrecadar com a operação R$ 12,2
bilhões.
Apesar de acreditar na votação, o governo não incluiu essa arrecadação no Orçamento deste ano.
Em fevereiro, determinou o bloqueio de R$ 16,2 bilhões do orçamento do
Poder Executivo para cumprir o teto federal de gastos e compensar uma
possível não votação da privatização da Eletrobras.
O projeto tramita atualmente na Câmara dos Deputados. O relator da
comissão especial que analisa o projeto, deputado José Carlos Aleluia
(DEM-BA), também participou do evento e cobrou uma maior atuação do
governo. "O governo precisa desenvolver mais energia, porque o projeto é
bom e é preciso convencer deputados. Estou convencido que temos um bom
projeto na mão e que o Congresso precisa ser convencido".
Meirelles
disse à jornalistas que vai trabalhar nesse convencimento. "Vamos
trabalhar. As lideranças no Congresso e também o governo estão
empenhados nisso, vamos trabalhar duro porque é muito importantes para o
Brasil".
Pela proposta, nenhum acionista poderá ter mais de 10%
de poder do voto. O objetivo, segundo o Planalto, é evitar que outra
companhia tome o controle da estatal. O projeto também prevê que a União
terá ações especiais na Eletrobras após a privatização, chamadas de
golden share, que dão a seu detentor direitos como garantia de indicação
de um membro do Conselho de Administração.
"A ideia toda é
permitir que se possa tirar a vantagem de fato do grande potencial que
tem o país na geração de energia", defende Meirelles. "Vamos criar base
para ter uma grande super empresa nacional de energia de classe mundial.
A Eletrobras vai passar a investir em outros países, coisa que não pode
fazer hoje porque não tem capital", explicou o ministro Oliveira.
Críticos
do projeto defendem que a proposta de privatização acarretará na
entrega das usinas hidrelétricas a empresas privadas e na insuficiência
de fornecimento de energia às regiões que ainda não foram interligadas
ao sistema nacional.
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