O técnico Luiz Felipe Scolari chegou ao Palmeiras na sexta-feira
(3) e teve, claro, de responder diversas perguntas relacionadas ao
último trabalho no comando da seleção brasileira Ao longo dos quase 40
minutos de entrevista coletiva, o novo treinador alviverde afirmou que a
derrota por 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal da Copa de 2014, não
pode apagar o êxito que teve pela conquista da de 2002, principalmente
por ter sido a última conquista da seleção em Mundiais.
O treinador afirmou que por onde passa, sempre é mais reconhecido e
cumprimentado pelo resultado do título do que pela derrota há quatro
anos. Felipão relembrou que é o último treinador a ter vencido uma Copa
do Mundo com o Brasil e afirmou que pelo lado negativo, não é o
responsável pela derrota mais recente – no caso a eliminação na Rússia
diante da Bélgica, nas quartas de final.
“No último campeonato mundial do Brasil eu estava lá. A última
derrota não foi comigo, não sou o último derrotado no Mundial. Já
passou”, disse Felipão, em um recado indireto a Tite. Os dois se
conhecem desde os tempos de Caxias do Sul (RS) na década de 1970, mas a
relação entre ambos se deteriorou a partir de 2010. Ambos chegaram a
trocar farpas no ano seguinte, durante clássico pelo Campeonato
Paulista, e depois não tiveram mais proximidade.
Felipão reconheceu ser difícil esquecer a goleada de 2014, porém
lembrou ter terminado o Mundial em quarto lugar e garantiu ser ainda
muito querido pelos torcedores. “Acho eu, que pelo relacionamento que
tenho vivido desde 2014, sou lembrado muito com muito carinho pelos
torcedores que fiz na minha carreira e como pessoa, não só por um
resultado negativo. Um resultado negativo não mascara 99 positivos”,
explicou.
Depois da Copa de 2014, o treinador teve uma passagem de oito meses
pelo Grêmio e no último trabalho permaneceu por dois anos e meio na
China, onde ganhou sete títulos em 11 possíveis. Felipão disse ter
aprendido muito na passagem pelo Guangzhou Evergrande, principalmente
pelo contato com a cultura chinesa e pelo desafio de trabalhar em um
país diferente.
Por isso, ele explicou voltar ao Palmeiras com tranquilidade e sem
receios ou traumas pelo resultado na Copa de 2014. “Não foi normal
aquela derrota (7 a 1), mas aconteceu. Não posso ficar pensando nisso,
como não penso em 2002. Não perdi sozinho em 2014, não ganhei sozinho em
2002. Ganhamos nós, perdemos nós”, afirmou. “A mim qualquer situação
não me chateia em nada: 7 a 1, 0 a 0, 5 a 1 não me afeta em nada. Não
vou ficar remoendo isso”, completou.
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