O Ministério da Justiça pretende adotar
medidas para racionalizar as superlotadas prisões no país, como o
aperfeiçoamento do sistema de penas e alternativas à prisão, que estão
entre as prioridades do novo Plano Nacional de Política Criminal e
Penitenciária, a ser lançado provavelmente em maio deste ano.
O novo plano reunirá recomendações aos
ministérios e entes federados para os próximos quatro anos. O documento
vigente é de 2011 e começou a ser discutido e reformulado em dezembro do
ano passado pelo Conselho Nacional de Política Criminal
e Penitenciária, ligado ao Ministério da Justiça.
e Penitenciária, ligado ao Ministério da Justiça.
“Há uma preocupação grande para a
racionalização da entrada no sistema prisional, uma preocupação que o
plano tem tentado trabalhar, oferecendo opções para que as pessoas
deixem de entrar no sistema. Ninguém discute a necessidade de
investimento na área, mas não há como comportar todos, temos que
trabalhar mecanismos”, explica o presidente do conselho, o defensor
público Luiz Bressane.
De acordo com os últimos dados do
Sistema Integrado de Informações Penitenciárias, de dezembro de 2013,
são 556.835 os presos no país, para um sistema com 340.421 vagas.
Ontem (16), o debate foi levado, pela
primeira vez, no âmbito da elaboração de um plano, para dentro de um
presídio, o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.
Participaram cerca de 20 detentos escolhidos aleatoriamente e os agentes
penitenciários.
Segundo Bressane, a entrada no sistema
prisional está entre as questões discutidas com presos e muitos
queixaram-se da falta de estrutura das defensorias públicas: “Avaliamos
que, muitas vezes, um morador de rua fica preso porque não tem como
comprovar o endereço, ou um usuário de droga acaba entrando no sistema
prisional quando poderia ser encaminhado a um CAPS [Centro de Atenção
Psicossocial], focado na situação”,
Além da entrada no sistema prisional, as
condições dentro do cárcere e a saída dos presos também foi debatida
com os internos.”Eles reclamam da falta de qualificação. Muitos querem
trabalhar, mas não há investimento”, relata Bressane.
As informações colhidas serão
acrescentadas à minuta do plano, que será votada pelo conselho. A
expectativa é de que o plano seja lançado em maio.
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