Os professores da rede estadual de São Paulo decidiram ontem
suspender a greve, que chegou a 89 dias – a mais longa da história. A
paralisação terminou sem acordo de reajuste com o governo Geraldo
Alckmin (PSDB). O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado
de São Paulo (Apeoesp) disse que os docentes devem retomar as atividades
na segunda-feira.
Segundo o sindicato, cerca de 8 mil pessoas participaram da
assembleia feita no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na
Avenida Paulista. Já a Polícia Militar estimou que mil pessoas estiveram
no local. Na última semana, a votação sobre a continuidade da
paralisação já havia sido apertada.
A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, lamentou que a greve
teve de ser suspensa sem um acordo com o governo. Para ela o corte de
salário dos dias não trabalhados foi o que mais pesou para que os
docentes decidissem por retornar às aulas. “Os professores têm
responsabilidade, têm família.”
Após várias decisões judiciais sobre a legalidade do corte,
prevaleceu a posição favorável ao Estado, de fazer o desconto nos
salários. “Os professores voltam para a escola cabisbaixos, o governo
terá dificuldade em ter apoio da categoria”, disse Maria Izabel.
Ainda segundo a presidente da Apeoesp, na última semana, a adesão de
professores à paralisação havia caído para 10%. No auge da greve, em
abril, o sindicato apontava adesão de 60%, que acabou reduzida para 30%
em maio, após os descontos nos salários. “Foi uma decisão dolorosa
encerrar a greve com zero de reajuste. O governo tentou vencer pelo
cansaço, mas também não saiu vencedor.”
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