Dom Krzysztof Charamsa (ao centro) ao lado do seu namorado identificado como Eduard
O Vaticano demitiu um monsenhor que
assumiu sua homossexualidade nas vésperas de uma grande reunião dos
bispos de todo o mundo para discutir a postura da Igreja em relação aos
gays, divorciados e outros assuntos relacionados com a família católica.
O monsenhor Kryzstof Charamsa era um
funcionário de nível médio na Congregação para a Doutrina da Fé. Em
entrevistas publicadas por jornais italianos e poloneses neste sábado,
3, ele afirmou era feliz e orgulhoso de ser um padre gay e estava
apaixonado por um homem que identificou como seu namorado.
Em comunicado, o porta-voz do Vaticano,
Federico Lombardi, disse que a declaração pública de Charamsa foi “séria
e irresponsável”, especialmente por ter sido divulgada nas vésperas do
sínodo, e que por isso o religioso não poderia continuar trabalhando na
Santa Sé. Ele continua como padre, mas ainda pode sofrer novas sanções.
Charamsa planejava conceder uma coletiva
neste sábado em frente ao escritório da Congregação para a Doutrina da
Fé, mas depois de sua demissão resolveu transferir a entrevista para
outro local no centro de Roma. Ele estava junto de seu companheiro,
identificado apenas como Eduard.
O monsenhor disse que sua declaração não
estava relacionada com o sínodo, que ocorre no dia 17 de outubro, mas
espera que o caso possa “acrescentar uma voz cristã” ao encontro, no
qual a Igreja deve discutir como lidar melhor com os fiéis homossexuais.
“Eu me assumi. Essa é uma decisão muito pessoal, difícil e séria no
mundo homofóbico da Igreja Católica”, comentou.
Na entrevista para o jornal polonês,
Charamsa disse que resolveu assumir sua homossexualidade após receber
e-mails ofensivos, depois de ter criticado publicamente um padre polonês
conservador que tem uma forte postura contra os gays. “Eu preciso dizer
quem eu sou. Eu sou um padre gay. Eu sou um feliz e orgulhoso padre
gay”.
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