A presidente afastada Dilma Rousseff pretende dizer em sua defesa no
Senado, na segunda-feira, 29, que o processo de impeachment só foi
aberto porque ela não cedeu à pressão para barrar a Lava Jato. Dilma
recebeu sugestões para citar até mesmo o áudio em que o senador Romero
Jucá (PMDB-RR) afirma ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado ser
preciso mudar o governo para “estancar a sangria” da Lava Jato e impedir
o avanço das investigações.
Uma comitiva de 35 pessoas, a maioria ex-ministros, escoltará Dilma. O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vai desembarcar em
Brasília no domingo, terá conversas com senadores e jantará com a
presidente afastada. Lula avalia que “só um milagre” vai salvar sua
sucessora e quer demonstrar solidariedade, acompanhando-a ao Senado.
Petistas, porém, sondaram a oposição para saber se o ex-presidente será
hostilizado se for ao plenário. Apesar da resposta negativa, há receio
de tumulto. “Lula virá, mas duvido que queira ficar no plenário”,
afirmou o líder do PT, Humberto Costa (PE).
Diante dos senadores, a presidente afastada vai insistir que é
inocente, sob o argumento de que não cometeu qualquer crime de
responsabilidade. O depoimento de Dilma vem sendo preparado para que ela
reforce a ideia de que está pagando um alto preço justamente por
combater a corrupção, e não por autorizar “pedaladas fiscais”.
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