Dos cerca de 2,6 milhões de estudantes
que cursavam o 9º ano do ensino fundamental em 2015, 27,5% já haviam
tido relação sexual (cerca de 723,5 mil). Em média, um aluno do 9º ano
tem 14 anos de idade. Deste total, 39% (280,7 mil) não usaram
preservativo na primeira vez e 33,8% (219,2 mil) não utilizaram na
última relação sexual.
As informações fazem parte da Pesquisa
Nacional de Saúde do Escolar – Pense 2015 – e foram divulgadas nesta
sexta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Das meninas do 9º ano que haviam tido
relação sexual, 9% disseram já ter engravidado. Essa realidade era mais
comum entre estudantes de escolas públicas (9,4%) do que entre as da
rede privada (3,5%). Pouco mais de 1% das meninas do 9º ano do ensino
fundamental declararam já ter engravidado alguma vez (23 mil meninas),
sendo o maior percentual registrado na região Norte, (2,1%) e o menor na
região Sudeste (0,7%).
Cerca de 105,2 mil (4%) estudantes do 9º
ano relataram já ter sido forçados a ter alguma relação sexual. O
percentual para meninos foi de 3,7% e para as meninas de 4,3%. Destes,
um a cada três estudantes disse que o ato foi cometido por algum membro
da família (pai, mãe, padrasto, madrasta ou outros familiares). A região
Norte (5,3%), Roraima (7,3%) e Mato Grosso (6,2%) apresentaram os
maiores percentuais.
Quanto à promoção de ações de prevenção e
assistência em saúde, promovida pelas escolas, informando quanto à
saúde sexual, os resultados revelaram que 87,3% dos alunos do 9º ano do
ensino fundamental receberam informações, na escola, sobre doenças
sexualmente transmissíveis (DSTs) e Aids.
“Não basta informar e dizer use
camisinha, use pílula. Esse adolescente deve ser atendido em programas
que trabalhem a percepção corporal, de identidade sexual, de valor como
pessoa, dos riscos de uma gravidez. Você só vai usar camisinha se você
tiver respeito a si próprio e ao outro”, comentou ela.
Há 40 anos trabalhando com adolescentes,
a pediatra Evelyn Eisenstein, do Departamento de Adolescência da
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), afirmou que o principal gargalo
– no que tange à saúde dessa faixa-etária – é falta de um programa
nacional de saúde.
“O Brasil precisa de campanhas de
prevenção e programas nas escolas. Os adolescentes têm direito não
apenas à informação, como também a programas de protagonismo juvenil”,
disse e pediatra.”
Segundo Evelyn, o percentual de meninas
entre 15 e 19 anos que engravidam no Brasil é muito mais alto que o
relatado nas escolas, entre 20% a 23%, chegando a 30% em alguns estados.
Entre 10% a 15% dessas meninas que engravidam são vítimas de violência e
abuso sexual, ressaltou ela. Via Portal no Ar.
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