Uma criança de 12 anos denunciou que as suas duas irmãs, de 11 e 15 anos, eram estupradas pelo pai, em uma fazenda na região de Araguaiana,
a 570 km de Cuiabá. A menina escreveu uma carta e a entregou para uma
professora, que levou o caso ao Conselho Tutelar e à Polícia Militar
nesta quinta-feira (23).
O pai das vítimas, de 40 anos, foi preso e autuado, mas negou os
crimes. Os abusos, entretanto, foram confirmados por exames, segundo a
Polícia Civil.
Na carta, a menina diz que o pai é “ruim” e que estupra as duas irmãs
dela. Ela também afirma que o pai deixa as crianças tomarem bebidas
alcoólicas, mas não permite que tenham amigos.
Em outro trecho, a criança conta que a irmã dela, de 15 anos, está
com o olho inchado porque ficou acordada a noite toda e que foi
estuprada. No final da carta, a menina diz que “jura por Deus” que o pai
estuprou as irmãs. Ela também fez um desenho do pai preso em uma cela.
De acordo com o comandante da PM, subtenente Elton Vieira, o Conselho
Tutelar já monitorava uma situação de supostos maus-tratos e tentou por
diversas vezes ter contato com as crianças. No entanto, o pai das
vítimas não permitia as visitas ou aproximação dos conselheiros. Havia
denúncias de que as crianças eram vítimas de maus-tratos e agressão.
As crianças, de 11 e 12 anos, além da adolescente e o irmão delas, de
14 anos, moravam sozinhas com o pai na zona rural de Araguaiana. A mãe
está presa por tráfico de drogas no município de Piranhas, em Goiás.
Os pais são separados desde antes da prisão da mãe das vítimas. Duas
das crianças moravam com a mãe, até que tiveram que se mudar para a casa
do pai depois que ela foi para a cadeia.
“A diretora [da escola] recebeu da professora a foto da cartinha da
criança, que revelava esses abusos contra as irmãs. Inclusive a carta
pontuava que a adolescente teria sido estuprada durante toda a noite”,
disse o comandante da PM.
De acordo com a polícia, o pai das crianças trabalhava como
seringueiro em uma fazenda da região. “Eu conversei com ele [o
suspeito], que não falou nada. Ele abaixava o olhar e não queria olhar
para nós [policiais]. Ele estava abalado com a situação [da descoberta
do crime]”, afirmou o comandante. Via G1.
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