O Ministério da Cultura vai liberar R$ 4 milhões para pagar os
contemplados em editais da Fundação Nacional de Artes (Funarte) do ano
passado nos setores de música, artes visuais e doação de kits
de iluminação cênica. O anúncio foi feito hoje (11) no Rio de Janeiro,
pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, que concedeu entrevista
coletiva junto com o presidente da Funarte, Stepan Nercessian.
De
acordo com o ministro, a pasta sofreu contingenciamento de 43% do
orçamento em março e ficou sem caixa para pagar os vencedores de 2016.
Ele explicou que tem buscado liberaração de verbas para “honrar os
compromissos assumidos”, mesmo que por outra gestão, antes de lançar
novos editais de incentivo e fomento, e tem “buscado com lupa nas
planilhas de orçamentos” para encontrar valores escondidos ou
esquecidos. “Estamos catando moedas”, disse Leitão.
O ministro
citou a identificação de R$ 100 milhões em fundos da Agência Nacional do
Cinema (Ancine), que foram anunciados em Fortaleza na semana passada
para projetos audiovisuais para televisão. Com a Funarte, foram
definidas as ações e investimentos para este ano e de 2018.
Serão
pagos R$ 972,5 mil referentes ao Prêmio de Composição Clássica, com 46
contemplados em cinco categorias; R$ 2,114 milhões para o Prêmio Conexão
Circulação Artes Visuais, com dez exposições de pequeno porte; e um
total de R$ 1,1 milhão na compra de equipamentos de iluminação cênica
para doação a 38 salas de teatro e 11 cinemas.
A Funarte vai
publicar ainda este mês os editais para a ocupação, no segundo semestre,
de 21 dos 27 espaços da Fundação no Rio de Janeiro, em São Paulo, Belo
Horizonte e Brasília, nas áreas de música, circo, teatro e dança. Até
outubro, será lançado o edital para a ocupação em 2018, que incluirão
também espetáculos, oficinas e debates.
“Em todas as conversas
com as associações do setor cultural e entidades representativas, tem
sido colocado que há artistas que não encontram palcos. Os espetáculos
estão disponíveis, muitas vezes até com patrocínio, mas não encontram
teatros e salas de espetáculo para que sejam apresentados e
disponibilizados ao público. Acho que essa é uma das vocações dos nossos
espaços e vamos lançar esses processos públicos de seleção, com
critérios para que se tenha a maior diversidade possível nas áreas de
expressão e dos artistas, para que a gente dê um alcance nacional para
esse edital de ocupação.”
Nercessian explica que a novidade é
que a Funarte vai ceder o espaço gratuitamente, sem cobrar os 10% da
bilheteria. “Nós vamos fazer as coisas com o pé no chão para fazer
concretamente. Em 2018 vamos abrir mão dessa ocupação até dos 10% de
bilheteria que hoje a Funarte tem. Quem ocupar vai ter o subsídio da
gente bancar o espaço e a renda é toda da produção, do artista. Vamos
quebrar também a limitação do preço do ingresso, que era um impedimento
muito grande para produções mais caras.”
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