Em assembleia realizada hoje (11) metalúrgicos da Ford, em São
Bernardo do Campo (SP), decidiram iniciar uma série de paralisações em
protesto contra a demissão de 364 trabalhadores da empresa. Nesta
sexta-feira, os empregados cruzaram os braços no setor estamparia da
fábrica, considerado estratégico por dificultar o restante da produção.
Segundo
o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a montadora rompeu as negociações
com o sindicato e anunciou as demissões, desrespeitando o acordo
coletivo em vigor, negociado no final de 2015. Segundo a entidade, o
acordo garantia estabilidade de emprego aos funcionários até janeiro de
2018.
“Nossa assembleia de hoje buscou uma alternativa com
respeito e dignidade. Não dá para aceitar que companheiros com mais de
15, 20 anos de casa sejam tratados desta forma”, disse o vice-presidente
do sindicato, Paulo Cayres.
A próxima assembleia dos
trabalhadores está marcada para quarta-feira (16). Até lá, o sindicato
orientou os trabalhadores que receberam os informes de demissão a não
assinarem a rescisão do contrato de trabalho com a empresa.
A
Ford não confirmou o número de trabalhadores desligados e não se
pronunciou sobre a garantia de estabilidade alegada pelo sindicato. A
empresa disse, em nota, que nos dois últimos anos adotou uma série de
medidas para administrar o excesso de empregados decorrente da redução
do volume de produção na planta de SBC, como plano de demissão
voluntária, suspensão temporária do contrato de trabalho (layoff) e
férias coletivas.
“Entretanto, devido à necessidade de adequar os
níveis de mão de obra às demandas de mercado, estamos fazendo o
desligamento dos funcionários da planta de São Bernardo do Campo que
estavam em layoff [com o contrato de trabalho suspenso]”.
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