Como se não bastasse o sofrimento da despedida de um ente querido, uma
família do Distrito Federal passou por uma situação que pode ser
comparada a uma cena de um filme de terror. No momento em que davam as
mãos para rezar o último Pai Nosso, parte do túmulo vizinho desabou e
duas pessoas caíram na cova, no cemitério de Taguatinga. “Em meio a
tanta dor, tivemos que passar por algo que jamais imaginaríamos. Como
lidar com tanto sofrimento repentino?”, lamenta Simone Freitas Cabral,
37 anos.
Um jovem de 16 anos escalou a cova sozinho e ajudou a madrinha dele a
sair do buraco, com a ajuda de outros parentes. “Primeiro, abriu um
buraco. Nisso, entrou uma perna do Renato e da mulher. Quando ele tentou
puxar o pé, a terra cedeu de vez e os dois caíram. Como ele é novo,
conseguiu se virar. Depois, ajudou a madrinha dele. Mas os dois saíram
machucados”, detalha Simone.
A moradora da Colônia Agrícola Samambaia e cerca de 30 pessoas
velavam o corpo de Rosalina Gonçalves Freitas, 85, que faleceu em
decorrência de complicações da doença de Alzheimer. “Já estávamos todos
muito abalados com a despedida da minha avó, pois nunca é fácil dizer
adeus para quem amamos. Quando isso aconteceu, ficamos tão transtornados
que sequer conseguimos terminar a cerimônia. Isso não é justo”, afirma.
A família acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas
a ambulância também ficou atolada. O registro foi feito por um dos
presentes (veja vídeo), que questiona a situação: “Infelizmente, o
constrangimento não acaba, né? O socorro veio até nós e acabou de ficar
encalhado. A que ponto chegamos?”.
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