Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que o
número de brasileiros com contas em atraso e registrados em cadastros de
inadimplentes recuou -0,27% no último mês de novembro na comparação com
o mesmo período de 2018. Embora a inadimplência do consumidor venha em
trajetória de desaceleração, ou seja, crescendo a patamares menores
desde o final de 2018, é a primeira vez em mais de dois anos que o
indicador apresenta um recuo. A última queda havia sido observada em
setembro de 2017, quando o número de consumidores inadimplentes diminuiu
em -0,88%.
Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro
Junior, a recuperação econômica do país, mesmo que tímida, tem
contribuído para a queda da inadimplência. “Com a retomada do ambiente
econômico acontecendo de forma lenta, houve uma demora considerável para
observarmos a primeira queda no número de inadimplentes. Além do fator
conjuntural, o dado coincide com acontecimentos extraordinários, como a
liberação dos recursos do FGTS e a realização de diversos feirões de
renegociação de dívidas, que impulsionaram a recuperação de crédito no
mercado”, afirma o Pellizzaro Junior.
A abertura por idade mostra que, em novembro, a inadimplência recuou
em três faixas etárias: queda de -21,6% entre os jovens de 18 a 24 anos;
queda de -11,0% entre que têm de 25 a 29 anos e retração de -3,2%
considerando as pessoas de 30 a 39 anos. Já entre a faixa de 40 a 49
anos houve uma estabilidade (0,7%). Nas demais faixas houve alta, como o
avanço de 1,6% entre 50 e 64 anos e o crescimento de 3,8% considerando
os idosos de 65 anos ou mais.
Outro dado que também apresentou queda foi o número de dívidas
contraídas em nome de pessoas físicas. Neste caso, houve uma queda de
-4,0%, a sexta seguida neste ano. Em novembro do ano passado, havia sido
constatado uma alta de 4,8% na quantidade de dívidas, o que reforça um
cenário melhor neste fim de ano.
Dados detalhados do indicador de inadimplência mostram que as dívidas
contraídas no setor de comunicação, que engloba contas de telefonia,
internet e TV por assinatura, recuaram -25,3% na comparação anual. Já as
dívidas bancárias, que levam em consideração cartão de crédito, cheque
especial e empréstimos, caíram 1,8%. As dívidas com o comércio, muitas
vezes feitas no crediário, avançaram 1,5% em novembro, enquanto as
pendências com água e luz cresceram 10,3%.
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