Em todo o Brasil, 46.163 internos em centros de atendimento
socioeducativo farão, nesta semana, o Exame Nacional do Ensino Médio
para adultos que cumprem penas privativas de liberdade e jovens sob
medida socioeducativa (Enem PPL).
Em São Paulo, sonhando mudar de vida e alcançar o ensino superior,
336 adolescentes que cumprem medida socioeducativa na Fundação Casa vão
fazer as provas do Enem PPL, terça e quarta-feira próximas (10 e 11).
“O Enem é uma porta a mais para eles [internos] chegarem ao ensino
superior”, afirma a vice-presidente da Fundação Casa, Ana Paula Bandeira
Lins.
Vitória*, de 17 anos, interna da Fundação Casa Chiquinha Gonzaga, vai
prestar o Enem PPL pela primeira vez. “É uma grande oportunidade para
mim”, afirmou Vitória, que pretende se formar em medicina veterinária,
embora goste também de música e literatura.
“O Enem [PPL] pode me ajudar a conseguir boa parte da nota [que é
necessária para entrar na universidade]. Espero que eu passe e consiga.
Estou com um pouco de medo [da prova], mas estou tentando me preparar o
máximo possível. Meu futuro está somente em minhas mãos”, disse Vitória.
Já Ricardo*, de 18 anos, que cumpre medida socioeducativa na Fundação
Casa Ouro Preto e quer estudar engenharia mecânica, além do Enem PPL,
faz neste domingo (8) a prova da Faculdade de Tecnologia de São Paulo
(Fatec). “Estou estudando bastante, pegando muita redação. Quero ir bem
na prova e ter um bom resultado”, afirmou o jovem, que diz ter
dificuldades em matérias da área de ciências. “Mas, em Português e
Matemática, tenho muita facilidade.”
Para Ricardo, fazer o Enem PPL é uma chance de “mudar tudo” na vida.
“Muda tudo, completamente. Muda meu futuro. Por meio do Enem, se eu
tiver um resultado bom na prova, posso fazer uma faculdade e me tornar
uma pessoa diferente.”
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