O deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG)
apresentou no início da tarde desta quarta-feira, 19, sua carta de
renúncia à Câmara dos Deputados. Em três páginas, o tucano réu no
processo do mensalão mineiro reclamou de ataques e pressões de
adversários, afirmou ter sido transformado em “alvo político” e disse
que não aceitará que seu nome e o de seu partido sejam “enxovalhados”.
“Minhas forças já se exaurem, com sério
risco para a minha saúde e para a integridade de minha família. Não
aceito que o meu nome continue sendo enxovalhado, que meus eleitores
sejam vítimas, como eu, de mais decepções, e que sejam atingidos o meu
amado Estado de Minas Gerais e o meu partido, o PSDB”, afirma Azeredo. A
carta de renúncia foi entregue por seu filho, Renato Azeredo, ao
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e lida no
plenário da Câmara.
Na carta, Azeredo diz que uma “tragédia”
desabou sobre ele e sua família e que as acusações da Procuradoria
Geral da República “são desumanas”. “As alegações injustas, agressivas,
radicais e desumanas da PGR formaram a tormenta que me condena a priori e
configuram mais uma antiga e hedionda denúncia da Inquisição do que uma
peça acusatória do Ministério Público”, declara.
Azeredo enfatizou que a denúncia da PGR
tem como base testemunhos e documentos falsos e que ele não é culpado de
peculato e lavagem de dinheiro, como acusa a PGR. Ele ressaltou que foi
transformado em “alvo político” para compensar os delitos dos outros.
“Insisto em que as responsabilidades de um governador são semelhantes e
proporcionais às de um presidente da República!”, escreveu.
Ao final, Azeredo alegou que preferia
renunciar para não se sujeitar “a execração pública” por ser deputado.
“Deixo o Parlamento para dedicar todos os meus dias à defesa de minha
honra e de minha liberdade”, afirmou.
A renúncia ao mandato era considerada
como uma saída jurídica para Azeredo se livrar do julgamento no Supremo
Tribunal Federal (STF). Com isso, a Corte terá de decidir se mantém o
processo sob seus cuidados ou se o encaminha para a primeira instância, o
que prolonga o caso e pode causar a prescrição de alguns crimes.
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