Sob protestos, Pastor Marco Feliciano
(PSC-SP) foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Câmara. Foto: Alexandra Martins / Agência Câmara
Uma ação impetrada contra o deputado
federal pastor Marco Feliciano (PSC-SP) pelo crime de estelionato está
próxima de ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ação tem
como relator o ministro Ricardo Lewandowski. Feliciano é acusado de ter subtraído, em março de 2008, R$ 13,3 mil de uma produtora de shows evangélicos do interior do Rio Grande do Sul. A expectativa é que a ação seja julgada no primeiro semestre deste ano
O caso começou a ser investigado pelo
Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPE-RS) em 2008, mas a ação
subiu para o Supremo em 2011, após ele assumir uma cadeira na Câmara
Federal. Em maio do ano passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR)
apresentou as alegações finais do processo, pedindo a absolvição de
Feliciano, afirmando que “não se provou que o acusado pretendeu obter
para si vantagem ilícita, mediante simulação de contrato”.
“Para a caracterização do crime de
estelionato é necessário que o agente obtenha vantagem ilícita,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante meio fraudulento. [...]
Não se provou que o acusado pretendeu obter para si vantagem ilícita”,
afirmou o então procurador-geral Roberto Gurgel. O ministro Ricardo
Lewandowski pede desde outubro do ano passado para que o caso seja
julgado pelo Supremo.
Pela denúncia inicialmente formulada
pelo MPE-RS, Feliciano foi contratado para participar de um show gospel
na cidade de São Gabriel, distante 320 quilômetros de Porto Alegre, mas
não compareceu. A apresentação deveria ter acontecido dia 15 de março de
2008 e Feliciano era apontado como a atração principal da noite.
No processo, Feliciano alegou “motivos
de força maior” para não comparecer ao show e durante a investigação, o
MPE gaúcho descobriu que, no mesmo dia, ele havia previamente marcado
uma outra apresentação no Rio de Janeiro. A empresária responsável pela
contratação de Feliciano, Liane Marques, alegou no processo que teve um
prejuízo de R$ 100 mil pelo não comparecimento do deputado federal no
show.
O deputado federal afirmou no processo
que fora convidado para fazer uma palestra, não um show. Além disso, ele
disse que não compareceu ao show evangélico porque estava doente.
A ação contra Feliciano é um dos 38
processos criminais contra parlamentares que estão prontos para serem
julgados pelo Supremo Tribunal Federal em 2014. Atualmente, correm na
corte aproximadamente 250 processos contra políticos. Alguns deles,
desde julho de 2003. Alguns ministros, como Marco Aurélio Mello, têm
pressionado o presidente Joaquim Barbosa para que sejam pautados os
processos mais antigos com receio de que alguns crimes prescrevam. (IG)
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