O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão do governo
federal, informou nesta sexta-feira (4) que errou ao divulgar na semana
passada pesquisa
segundo a qual 65,1% dos brasileiros concordam inteiramente ou
parcialmente com a frase "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo
merecem ser atacadas". De acordo com o instituto, o percentual correto é
26%.
O diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, o cientista social
Rafael Guerreiro Osório, pediu exoneração assim que o erro foi
constatado, informou o instituto. Osório ingressou no Ipea em 1999 e é
autor de estudos sobre mobilidade social, desigualdade e pobreza.
A pesquisa divulgada com erro é intitulada "Tolerância social à
violência contra as mulheres" e teve ampla repercussão. A presidente Dilma Rousseff chegou a comentar
por meio do microblog Twitter. Com base nos dados da pesquisa, ela
disse que o país tem "muito o que avançar no combate à violência contra a
mulher".
Em razão da pesquisa, a jornalista Nana Queiroz, de Brasília, lançou um
protesto chamado "Eu não mereço ser estuprada", que se espalhou pelas
redes sociais, com fotos de homens e mulheres reproduzindo a frase em
fotos pessoais. Pelo Twitter, ela disse que foi ameaçada de estupro
devido à repercussão da campanha e recebeu a solidariedade de Dilma.
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora
Menicucci, também aderiu à campanha e publicou foto com os dizeres "As
mulheres não merecem ser estupradas".
Segundo o Ipea, a pesquisa ouviu 3.810 pessoas entre maio e junho do
ano passado em 212 cidades. Do total de entrevistados, 66,5% são
mulheres.
Em nota divulgada nesta sexta, o instituto pede desculpas e informa que
"o erro relevante" foi motivado por uma troca de gráficos que inverteu
resultados de duas das questões – "Mulher que é agredida e continua com o
parceiro gosta de apanhar" e "Mulheres que usam roupas que mostram o
corpo merecem ser atacadas". Via g1.
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