sexta-feira, abril 04, 2014

Alunos brasileiros que repetem de ano têm nota até 25% menor no Pisa.


Estudantes brasileiros que fizeram as provas do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) em 2012 e afirmaram já ter repetido de ano mais de uma vez tiveram desempenho até 25% pior que os alunos que nunca reprovaram em uma série escolar.

Os dados do Pisa foram coletados pelo coordenador de projetos da Fundação Lemann, Ernesto Martins Faria, que diz que o resultado não indica necessariamente que repetir impacta o aprendizado de forma negativa, mas que essa grande diferença no desempenho aponta para uma ineficiência na repetição da série. "É possível perceber que poucos alunos que já repetiram a série demonstram um aprendizado adequado. Considerando os malefícios da política [pode favorecer o abandono escolar e estigmatizar o estudante], esse cenário merece atenção."

Já o professor Ocimar Alavarse, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), afirma que é difícil avaliar, com base nos dados, se a repetência funciona ou não. "Mesmo que esses alunos tenham crescido [se desenvolvido] após cursar novamente a série, não significa que eles vão ficar no patamar dos que nunca repetiram. Isso porque eles já vinham de estratos menores de proficiência. Talvez pudessem ter ido ainda pior se não tivessem repetido de ano."

O Pisa é aplicado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a cada três anos com estudantes de 15 anos – perto de concluírem o ciclo básico de ensino. O objetivo é analisar até que ponto esses adolescentes aprenderam conceitos e habilidades consideradas "essenciais para a completa participação em sociedades modernas". O Brasil não é membro da OCDE, mas é um dos integrantes da avaliação, além de fazer parte, desde 2013, do conselho diretor do programa.

Na terça-feira (1°), foi divulgado pela primeira vez o resultado de um teste de raciocínio aplicado pelo Pisa. 

Os estudantes brasileiros ficaram na 38ª posição, com 428 pontos, entre um total de 44 países. Via g1.

Nenhum comentário:

Postar um comentário