A madrasta de Bernardo Boldrini afirmou
no depoimento que deu à Polícia Civil no dia 30, ao qual VEJA teve
acesso, que obrigou o menino a ingerir medicamentos pelo menos três
vezes em um intervalo de poucas horas no dia 4 de abril, o que teria
levado o garoto de 11 anos à morte.
Graciele Ugulini está presa
temporariamente, assim como seu marido e pai de Bernardo, Leandro
Boldrini, e a assistente social Edelvânia Wirganowicz, todos suspeitos
de matar Bernardo. A tese da defesa é que a morte foi acidental. Para a
Polícia Civil gaúcha, o crime foi premeditado.
Graciele saiu de Três Passos em seu
carro com Bernardo na tarde do dia 4 e seguiu para Frederico Westphalen,
com o suposto propósito de comprar uma televisão. No caminho, fez o
menino tomar comprimidos porque ele estava “muito agitado”. ”Tinha
medicamentos na bolsa, dela (da madrasta) e do Bernardo. Acha que era
Ritalina e Respiridona (sic)”, informa o relatório da polícia com o
depoimento de Graciele. Ela disse não recordar quais remédios eram dela e
quais os do menino, nem a quantidade que o fez ingerir. Mas confirmou
que ele não queria tomar nada, que foi necessário “insistir” e lhe dar
água para que obedecesse.
A ritalina é usada para controlar o
déficit de atenção, e a risperidona é um antipsicótico indicado para
pacientes com esquizofrenia.
A perícia encontrou resquícios de
midazolam, um anestésico, no corpo de Bernardo, mas não precisou se a
quantidade seria o suficiente para matá-lo. Graciele, que é enfermeira e
ajudava o marido na sala de endoscopia do Hospital de Caridade de Três
Passos, confirmou ter acesso a este medicamento no hospital, mas
sustentou ter dado a Bernardo as cápsulas que tinha na bolsa.
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