Folião se refresca com água jogada durante desfile do bloco de rua “Céu na Terra”, no Rio de Janeiro
“Olha, olha, olha, olha a água mineral…”
Cantavam os baianos do Timbalada naquele que se tornou o hit do
Carnaval de 2010 – e seguiu agitando foliões nos verões seguintes. A
folia deste ano ainda não tem seu hit definido, mas uma coisa é certa:
em tempos de crise hídrica, este será, de fato, o Carnaval da água
mineral. A escassez de chuvas que castiga, sobretudo, o Sudeste não
altera apenas a rotina dos moradores da região: vai atrapalhar também a
festa. Dez cidades de Minas Gerais e São Paulo já cancelaram as
comemorações do Carnaval 2015 por causa da falta d’água. E outras se
preparam para a festa sob o fantasma do racionamento.
A 174 quilômetros da capital paulista, a
cidade de Araras estabeleceu rodízio de água para a população em
outubro do ano passado. Com o abastecimento já comprometido, a
administração municipal optou por cancelar a folia. Não haverá desfile
das escolas de samba da cidade ou blocos de rua – sequer houve concurso
para eleger o Rei Momo. Na vizinha Cordeirópolis, não é diferente: a
cidade decretou estado de calamidade pública em junho de 2014 por causa
da falta d’água. Temendo um colapso no sistema de abastecimento com a
chegada de turistas, a prefeitura optou por cancelar a programação
oficial de Carnaval deste ano.
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