A ministra da Imigração, da Diversidade e
da Inclusão do Québec, no Canadá, Kathleen Weil, afirmou hoje (1º) que a
província continuará a defender a libertação do blogueiro saudita Raif
Badawi, preso na Arábia Saudita sob a acusação de insulto ao Islã. Ele
foi condenado à pena de mil chicotadas e a 10 anos de prisão, além do
pagamento de multa de quase 300 mil dólares canadenses (US$ 237.830).
“Estamos determinados a continuar na
defesa de Raif Badawi; na defesa dos direitos humanos em todo mundo. E
este é um caso flagrante de que direitos fundamentais foram suprimidos”,
enfatizou Katleen, referindo-se a uma carta enviada pela Embaixada da
Arábia Saudita no Canadá, no dia 10 de março, ao Parlamento do Québec,
condenando qualquer tipo de interferência nos assuntos internos do país
árabe.
A carta pode ser considerada uma
resposta do governo saudita a uma moção aprovada pelos parlamentares da
província, em fevereiro deste ano, em solidariedade a Badawi, condenando
sua flagelação pública e pedindo a libertação do blogueiro.
No documento, o governo saudita expressa
“forte surpresa” e diz que “o Reino [da Arábia Saudita] não aceita
nenhuma forma de interferência em seus assuntos internos, e rejeita a
invasão do seu direito soberano ou o comprometimento da sua
independência e integridade judiciária, onde não há poder sobre os
juízes em suas decisões”. A carta diz ainda que o “Reino não aceita de
forma alguma nenhum ataque em nome dos direitos humanos, especialmente
quando sua constituição é baseada na lei islâmica, o que garante os
direitos humanos”.
No dia 9 de janeiro, uma sexta-feira, o
blogueiro Raif Badawi, que havia sido preso em 2012, recebeu as
primeiras 50 chibatadas em público. A pena deveria continuar a ser
executada a cada sexta-feira, até que o total de mil fosse atingido, mas
isso não aconteceu. Desde então, os golpes de chibata foram suspensos.
As razões não são explícitas, mas, a princípio, estão relacionadas à
saúde do condenado.
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