segunda-feira, setembro 28, 2015

COM APARÊNCIA DE CRIANÇA, BAIANO DE 20 ANOS LUTA PARA RECEBER TRATAMENTO E CRESCER.

Fabrício Alves dos Santos é um homem preso no corpo de uma criança. Tudo nele remete à infância – a baixa estatura, o rosto de menino e a voz meiga de quem  ainda não passou pela puberdade. Mas, aos 20 anos, ele tem 1,09 m de altura, algo  incompatível com sua idade,

Apesar da aparência infantil, assim que Fabrício começa a conversar fica nítido que por trás da fisionomia de menino está um homem com desejos que refletem a sua realidade.

O baiano de Paulo Afonso, cidade a 434 quilômetros de Salvador, tem uma rara manifestação do nanismo hipofisário. O corpo dele não produziu o hormônio responsável pelo crescimento humano, o GH.

Fabrício sonha em crescer  tanto em estatura quanto na vida. Para ele, as duas metas estão entrelaçadas como causa e consequência. Uma altura normal para a sua idade significa mais  oportunidades na vida pessoal e profissional.

“Eu quero ser grande porque quero trabalhar para ajudar todo mundo que precisa de mim. A minha alegria é crescer, o resto não tem problema”, diz. O sonho está mais perto. Há duas semanas, a vida de Fabrício mudou quando foi com seu  pai, Clarisberto Lira dos Santos, 54 anos, tirar o título de eleitor.

Para ter o documento, ele precisava da carteira de reservista, que é emitida pelo Exército. “Quando fui alistar ele, a Junta Militar ficou surpresa”, relembra o pai. Comovidos com a situação, os militares resolveram ajudar a família de Fabrício.

A atitude resultou na marcação de uma consulta, ocorrida na última sexta-feira, que culminou no encaminhamento dele para tratamento no Hospital das Clínicas, em Salvador. Até então levando uma vida sem diagnóstico e perspectiva de mudança, a esperança renasceu na família.

De menino “acanhadinho”, como o pai de Fabrício se refere à altura do filho, todos agora se permitem sonhar com o dia que ele poderá viver normalmente e deixar para trás as lembranças tristes do passado. Segundo o jovem, ele começou a perceber que era diferente dos outros colegas ainda cedo, no início da vivência escolar. “Da 1ª até a  4ª série todos me tratavam bem. Depois, começaram a dizer que eu não crescia mais, que era anão”.

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