Na decisão que mandou prender o
pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e suspeito de intermediar propinas envolvendo contrato de
navio-sonda da Petrobras, o juiz Sérgio Moro ressaltou que não há
nenhuma prova contra o ex-presidente petista no empréstimo de R$ 12
milhões do banco Schahin ao pecuarista que – segundo os investigadores e
com base em delações dos próprios executivos do banco – teria sido para
repassar dinheiro ao PT.
“Não há nenhuma prova de que o
ex-presidente da República estivesse de fato envolvido nesses ilícitos,
mas o comportamento recorrente do investigado José Carlos Bumlai levanta
o natural receio de que o mesmo nome seja de alguma maneira, mas
indevidamente, invocado para obstruir ou para interferir na investigação
ou na instrução“, aponta o magistrado na decisão.
Moro ainda faz referência às delações
premiadas do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, na
qual ele cita que o pecuarista teria utilizado várias vezes o nome do
ex-presidente para intermediar em negócios. De acordo com o juiz, Bumlai
“teria se servido, por mais de uma vez e de maneira indevida, do nome e
autoridade do ex-presidente da República para obter benefícios”.
Além do magistrado, o procurador da
República, Carlos Fernando dos Santos, disse, em entrevista na sede da
PF, em Curitiba, que não é possível calcular o envolvimento de Lula nas
operações financeiras. “Havia o uso do nome do ex-presidente, mas até o
momento, em nossos levantamentos não houve alguma intercessão, apenas
ouvimos nos depoimentos que as ordens vinham de cima”, comentou. Via Folha.
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