segunda-feira, abril 18, 2016

Aliados latino-americanos manifestam solidariedade a Dilma.

Os governos latino-americanos acompanharam ontem, alguns mais preocupados do que outros, a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Faltando menos de uma semana para a cúpula de chefes de Estado da União de Nações Sul-americanas (Unasul), com data marcada para o próximo dia 23 de abril, em Quito, a crise política brasileira passou a ser o assunto dominante da agenda regional. Embora a Unasul, como bloco, tenha manifestado, em nota oficial, que o impeachment de Dilma "levaria à perigosa criminalização do exercício de governo por razões de índole simplesmente políticas", nem todos os membros concordam em aderir à denúncia de um suposto golpe contra a presidente.

Na Argentina, o presidente Mauricio Macri mantém firme sua decisão de não se intrometer em assuntos internos do Brasil e ontem altos representantes de seu governo reiteraram a confiança da Casa Rosada nas instituições brasileiras.

— O Brasil é nosso sócio por excelência. Confiamos em suas instituições — disse ao GLOBO o secretário de Assuntos Estratégicos do governo argentino, Fulvio Pompeo.

O funcionário, principal assessor do presidente em assuntos internacionais, assegurou que "juntos, Brasil e Argentina temos grandes oportunidades para nossos povos".

A Casa Rosada jamais falou em golpe no Brasil, nem o fará. Segundo fontes do Executivo argentino, Macri "acompanha de perto a situação brasileira, com preocupação, porque o Brasil é nosso principal sócio. Mas não vamos nos meter em questões internas".

Um pequeno grupo de brasileiros, não mais de 30 pessoas, protestaram no domingo contra o impeachment em frente à embaixada do Brasil no bairro da Recoleta.

MANIFESTAÇÕES DE ALIADOS
Já os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro; do Equador, Rafael Correa e da Bolívia, Evo Morales, defenderam publicamente o governo do PT e denunciaram "um golpe cívico, midiático e judicial no Brasil". Rafael Correa foi o único a não usar as redes sociais para comentar a situação brasileira. Vale lembrar que o Equador sofre as consequências de um grave terremoto que atingiu 7,8 graus na escala Richter. Toda a movimentação recente no perfil do presidente é relativa ao desastre natural.

Evo Morales já havia se pronunciado usando o Twitter no sábado, antes da votação, para dizer “não ao golpe do Congresso”, pedindo a defesa da “democracia no Brasil, sua liderança regional e a estabilidade da América Latina”.

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