Após uma onda de pessimismo que dominou o noticiário internacional
antes e durante a Olimpíada do Rio de Janeiro, a imprensa internacional
mudou o tom e se rendeu à capacidade do Brasil para sediar o maior
evento da atualidade.
A cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio teve ampla
cobertura da imprensa internacional. Jornais como o americano “The New
York Times” e o britânico “Guardian” descreveram o evento em tempo real
nos seus sites, com comentários sobre a festa de adeus no Maracanã. Não
faltaram bom humor, ironias e elogios. Mas os jornalistas também
destacaram as cadeiras vazias e criticaram a longa duração da cerimônia,
de quase três horas.
A jornalista Emma John, do “Guardian”, se surpreendeu com a
performance que interpretou as mulheres rendeiras. “Serei honesta,
quando li o programa pensei que esta seria a parte que me faria rir.
Mas, na verdade, é o momento mais poderoso até o momento: realmente
tocante e apaixonante o entoar de um grupo de cantores tradicionais de
Salvador, acompanhados por uma show hipnótico de luzes.”
O argentino La Nación resumiu: “não faltaram a beleza e a diversidade
da flora e fauna brasileiras, um segmento dedicado a grandes artistas
da música local, o hino cantado por 27 crianças, que representaram os 26
estados do país e a capital federal, e o desfile das delegações”.
O “Guardian” e a emissora BBC fizeram comentários irônicos sobre a
ausência do nadador Ryan Lochte, que mentiu ao dizer que foi assaltado
com colegas ao voltar de uma festa. “Parece que todos os atletas
conseguiram chegar (à cerimônia). Mas, estranhamente, Ryan Lochte não
está por aqui”, escreveu a BBC.
Contagiante
Sarah Lyall, do “New York Times”, destacou a exuberância da festa:
“Isto é uma alegria contagiante, esta música e esta dança. Parece que o
Brasil está colocando o seu coração nesta cerimônia de encerramento numa
forma que simplesmente não ocorreu na abertura.”
O argentino “Clarín” exaltou que o “Rio encerra os primeiros jogos na
América do Sul com uma festa histórica” e destacou que o Brasil faz uso
da música como sua carta de apresentação para comover o mundo.
O espanhol “El País” transmitiu ao vivo a cerimônia e destacou a
diferença entre o Brasil e a próxima sede, o Japão: “Nada a ver a
apresentação de Tóquio com a primeira parte, do Brasil. Luzes,
tecnologia e coreografias milimétricas inundam o estádio Maracanã”. O
“Guardian” destacou em sua página inicial “muitos lugares vazios, mas
muitas cores na despedida do Brasil”.
Rebecca Ruiz, também do “Times”, resumiu o evento: “Eu os acho (os
brasileiros) fascinantes. Preparando-se para este evento — 17 dias que
foram planejados em sete anos — é uma tal produção. E as relações e
tensões e a política em jogo são complicados. Nuzman enfrentou questões
difíceis das autoridades olímpicas nos dias que antecederam os Jogos.
Ele foi cobrado sobre a qualidade da água, do trânsito e da falta de
sinagogas. Meses antes da Olimpíada, viajou a Lausanne, na Suíça, sede
do Comitê Olímpico, para dar garantias de que o vírus zika não afetaria
os Jogos.”
“A chama foi apagada, fogos brancos brilhantes disparados do teto do
estádio, e capturado por uma câmera externa. O Maracanã é um farol
iluminado no Rio. Isso foi espetacular”, escreveu a britânica “BBC”. Via Portal no Ar.
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