O governo federal conta com o investimento de tradicionais grupos
privados para que a economia em 2017 seja melhor do que a deste ano. No
Pará, onde participou da inauguração do superprojeto de mineração da
Vale, o S11D, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho,
disse que o País precisa de “empresas como a Vale, o Bradesco e a
Mitsui”. “Para que possam continuar nos liderando neste momento de
dificuldade e apontar um horizonte”, acrescentou.
O ministro reafirmou ainda a mensagem do governo de que “2017 será,
sim, melhor do que o (ano) de 2016” e disse que tem viajado “levando
mensagem de otimismo àqueles que querem voltar a acreditar no País”.
“Quero poder dar aqui uma missão (de investir para retomar a economia)
não só à Vale, mas a muitas outras empresas que queiram explorar as
riquezas naturais do nosso País”, completou.
Coelho Filho substituiu o presidente da República, Michel Temer, que
não conseguiu viajar ao município paraense de Canaã dos Carajás por
causa do mau tempo. O aeroporto local fechou por volta das 11h, horário
em que Temer chegaria. Já o ministro disse ter voado mais cedo, por isso
conseguiu chegar a tempo. Sem o presidente e com atraso por causa da
espera por autoridades e executivos, a cerimônia durou menos de 50
minutos. Entre os executivos presentes, apenas o presidente da Vale,
Murilo Ferreira, discursou. A participação dos presidentes do Bradesco,
Luiz Carlos Trabuco, e da japonesa Mitsui, Tatsuo Yasunaga, se limitou
ao aperto de um botão que simbolizou o acionamento da primeira carga do
S11D.
“Tivemos o desafio de implantar uma das maiores operações de minério
de ferro do mundo, mesmo diante de incertezas”, discursou o presidente
da Vale, lembrando que, em 2011, quando a empresa tomou a decisão de
levar o projeto adiante, a tonelada do minério de ferro era negociada a
US$ 191, mas, em janeiro deste ano, chegou ao patamar de US$ 37, o que
representou uma perda de receita de 80%. “Levamos o S11D com uma
inabalável confiança na recuperação e no crescimento. Sabemos que o
Brasil passa por uma dificuldade muito grande, mas nem por isso demos as
costas ao passado grandioso da Vale”, afirmou Ferreira.
Maior investimento privado realizado na última década, de US$ 14,3
bilhões, o superprojeto de mineração da Vale garante a produção de
minério de ferro a um custo 41% inferior ao alcançado em média pela
empresa. Além da qualidade do produto e das condições geográficas da
mina, o projeto conta com o uso de tecnologia inovadora, que permite,
por exemplo, substituir o óleo diesel por energia elétrica. O plano é
chegar a 2020 produzindo 75 milhões de toneladas por ano.
Presente ao evento, o geólogo Breno Augusto dos Santos,
ex-funcionário da Vale, responsável pela descoberta da reserva de
Carajás, destacou que o S11D é uma pequena parcela de uma reserva de
grande potencial, sob concessão da Vale. Ele diz que, se explorada por
completo, a região pode garantir minério de qualidade por mais de um
século.
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